POLÍTICA- Na fase final dos trabalhos, a Comissão também ouvirá o Instituto Socioambiental, e realizará uma diligência em São Félix do Xingu, no Pará
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, estará na CPI das ONGs na próxima terça-feira (21). Ela foi convidada para se apresentar aos senadores da CPI e falar sobre a atuação e a interferência de ONGs na estrutura do Estado, além de prestar informações pertinentes ao colegiado que investiga a atuação dessas organizações na Amazônia, como prejuízos à soberania, falta de transparência nos recursos do Fundo da Amazônia, entre outros assuntos. Apesar de ter sido convidada, caso não compareça, o presidente da CPI das ONGs, senador Plínio Valério (PSDB-AM), já afirmou que ela será convocada.
“Há muita promiscuidade nessa relação. Integrantes do governo saem de ONGs e vão para o governo, ao mesmo tempo que é feito o caminho inverso. Hoje, quem manda na Amazônia são as ONGs, bancadas por dinheiro externo, às quais a ministra Marina Silva presta contas. Ela tem muito a esclarecer à CPI”, afirmou o presidente da Comissão, Plínio Valério.
Marina Silva já foi mencionada em depoimentos e documentos obtidos pela CPI. Ela também é conselheira honorária do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), ONG da qual a secretária do Ministério, Ana Toni, também fez parte e que tem 75% de seu orçamento bancado com recursos externos. Outra informação obtida pela CPI é que apenas 11% da verba recebida do Fundo da Amazônia foi gasta com serviços ambientais; mais de 80% do total de R$ 25 milhões recebidos em 2022 foi gasto com pagamento de funcionários, despesas internas e consultorias.
Além de prestar informações sobre as pautas da agenda do ministério, a titular da pasta do Meio Ambiente certamente será confrontada sobre temas que envolvem a Amazônia e que estão ligados à sua atuação, como os entraves para o asfaltamento da BR-319 e as dificuldades para a concessão da licença para exploração de petróleo na Foz do Amazonas, bem como as interferências de ONGs para barrar a liberação da exploração do potássio em Autazes, no Amazonas.
Além de Marina Silva, a CPI ouvirá o presidente do Instituto Socioambiental (ISA), Márcio Santilli. Ainda em novembro, a CPI fará uma diligência externa em São Félix do Xingu (PA), onde colonos da Vila Renascer, na Terra Indígena Apyterewa, estão sendo expulsos de suas terras, em um verdadeiro cenário de guerra com repressão e abusos por parte de órgãos governamentais. A CPI é relatada pelo senador Márcio Bittar (União-AC) e os trabalhos se encerram no dia 19 de dezembro.
Assessoria de Imprensa do senador Plínio Valério (PSDB-AM)