O senador Plínio Valério (PSDB-AM) fez discurso hoje na tribuna para alertar que o decreto que criou o Pró-Amazônia Legal editado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro nem de longe deve ser visto como uma compensação às gravíssimas perdas impostas à competitividade da Zona Franca de Manaus (ZFM) pelos três decretos de redução do IPI de até 35% ,sem salvaguardas dos produtos do Polo Industrial de Manaus.
O programa prevê investimentos anuais de R$295 milhões anuais a partir de janeiro de 2023 em projetos de redução de custos de geração de energia elétrica na Amazônia legal e na navegabilidade dos rios Madeira e Tocantins. Mas Plínio argumentou que , pela grandiosidade , pode nem sair do papel.
“O Ministro Paulo Guedes, do alto do seu conhecimento da escola de Chicago, chegou a dizer que é melhor jogar dinheiro de helicóptero no Amazonas do que continuar dando subsídio, o que mostra, além da ignorância, uma pedância enorme. Da tribuna do Senado, digo mais uma vez e sempre que não é possível acabar com o modelo que deu certo: com o modelo que arrecada, que desenvolve, que nos tira do isolamento”, protestou Plínio Valério.
Plínio reconhece benefícios para a região, entretanto, diz que não podem ser comparados ao que o modelo da Zona Franca de Manaus proporciona à economia amazônica, à criação de 87 mil empregos e, em decorrência, à preservação da floresta, explica Plínio.
“Pode até nutrir obras durante a sua duração, mas jamais dará parte dos empregos de que a Zona Franca proporciona. Uma coisa é completamente diferente da outra. Uma é conduzir obras e garantir algum investimento regional, que é o caso do Pró-Amazônia Legal; outra é proporcionar desenvolvimento sustentável, com a criação de empregos, oferta de alternativas, preservação da floresta e, acima de tudo, sempre empregos”, disse Plínio, alertando os “desavisados” que enxerguem o Pró-Amazônia como uma compensação às perdas da ZFM.