POLÍTICA- Ao votar pela aprovação do projeto que mantém a cláusula da Constituição que prevê o marco temporal de 1988 para demarcação de terras indígenas, dando uma resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF),´pela derrubada do texto constitucional, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) discursou para dizer que hoje, com essa reação do Legislativo, ele recuperou o orgulho de ser senador. Diante da investida do STF em matérias de competência do Poder Legislativo como liberação de drogas, do aborto e derrubada do marco temporal, Plínio disse que a votação hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) , com vitória de 16 a 10 impondo derrota aos governistas, é um marco importante na recuperação das atribuições da Câmara e Senado. Plínio disse que o STF não terá a ousadia de derrubar o projeto aprovado no Congresso.
_ Eu estou feliz da vida, porque hoje nós estamos assumindo nosso papel de legislador. Quatro anos e meio de Senado, hoje eu estou orgulhoso de ser Senador da República .Hoje, o Senado está do tamanho que deve ser e que tem que ser. E é um recado que vai para o Supremo: “Parem, vocês não são semideuses. Nós vamos legislar”. E, depois de o marco temporal ser estabelecido aqui, eu aposto com quem quiser: eu duvido, o Supremo não vai ter a ousadia e a coragem de derrubar, porque nós estamos exercendo o nosso papel, garantido pela Constituição _ discursou Plínio.
Descendente de indígenas canamari, conhecedor da realidade indígena, o senador amazonense disse que o problema não é mais terras, mas a tutela das ONGs com recursos estrangeiros para isolar a região, e a completa e injusta ausência de políticas públicas para promover a geração de renda nas reservas já demarcadas em todo País.
_ Se o problema do índio fosse terra, Manaus não teria, agora, segundo o IBGE, 71 mil índios vivendo em condições sub-humanas. E sabe de onde vieram os índios? Das áreas protegidas, porque eles isolam e abandonam os indígenas.