POLÍTICA – Em um discurso de repúdio contra a crescente onda de censura nas redes sociais e veículos de comunicação, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) se juntou hoje à Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) para rechaçar a campanha de intimidação e boicote que vem sendo propagada pelo movimento Sleeping Giants para desmonetizar jornalistas e veículos de comunicação como o grupo Jovem Pan. Em nota lida pelo senador amazonense, a Abratel manifesta preocupação com as crescentes campanhas de intimidação contra veículos de comunicação promovidas por esse movimento, uma organização de esquerda , que afirma “combater discurso de ódio e desinformação de forma anônima na internet” , mas na prática persegue jornalistas e veículos de Imprensa pressionando empresas patrocinadoras a suspender os contratos.
_ Fica aqui, portanto, o meu protesto, o meu repúdio e total solidariedade à Jovem Pan _ disse Plínio no discurso.
Plínio relembrou casos icônicos de jornais sufocados na ditadura brasileira e de países vizinhos como o Chile, com as pressões dos Governo contra eventuais anunciantes, ameaçados de suspensão de contratos oficiais. Hoje, completou, muitos dos crimes contra jornais e jornalistas que ocorrem no Brasil ocorrem por instigação de autoridades ou de grupos econômicos que se consideram prejudicados. Houve 230 ocorrências dessas, em 2021, e 189 em 2022.
Na nota a Abratel afirmou, ainda, que defende que o exercício do direito de informação, da pluralidade de ideias e da liberdade de expressão são pilares fundamentais da democracia e devem ser garantidos a todos os veículos de comunicação social.
_ É por isso que não podemos aceitar as campanhas hoje dirigidas contra vários veículos de comunicação, entre eles, a Jovem Pan, por um movimento que se intitula Sleeping Giants Brasil. Por meio das redes sociais, os perfis de empresas são marcados para que deixem de anunciar em determinadas emissoras de radiodifusão, inclusive a Jovem Pan, sob pena de serem constrangidas e expostas para a sociedade até o atendimento de suas demandas. Essa iniciativa é apontada como algo surgido naturalmente na sociedade civil, quando é óbvio que existe, ainda que oculta, movimentação puramente política _ discursou Plínio.
Na mesma linha a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) informou que acompanha com preocupação as reiteradas campanhas de boicote promovidas por esse movimento. Para a Abert, trata-se de inequívoca ação de intimidação que tem por finalidade o enfraquecimento econômico de veículos de comunicação com graves repercussões e prejuízos a diversos profissionais de imprensa que exercem legitimamente a sua atividade profissional. Em comunicado a Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo, afirmou que na sua missão institucional de defesa do setor de radiodifusão, repudia, com veemência, as sucessivas ações praticadas contra as emissoras de rádio e televisão. A associação paulista diz que tais campanhas ferem a liberdade de expressão e de imprensa constitucionalmente asseguradas.
A Associação Paulista de Imprensa (API) também manifestou veemente repúdio à atuação do grupo que constrange empresários e empresas para que retirem patrocínios de rádios, TVs, jornais e comunicadores que seriam, pelo seu próprio arbítrio e entendimento, contrários à ideologia abraçada por eles.