POLÍTICA- Crítico do texto da reforma tributária aprovado hoje no Senado Federal, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) foi á tribuna para explicar seu voto sim e dar uma satisfação ao povo brasileiro que não mora no Amazonas. Numa encruzilhada entre a República e o Amazonas, como prometeu na campanha, sua escolha será sempre o de seguir pelo caminho em defesa de seus conterrâneos. E no caso da reforma tributária, ele optou por votar a favor em função das negociações que garantiram, nas mudanças , a manutenção do regime tributário especial para a Zona Franca de Manaus (ZFM), o modelo econômico que gera empregos e confere 97% de preservação da floresta.
_ Eu tive uma semana tendo que decidir se eu era justo com a raposa ou com as ovelhas. Se eu for justo com um, estou sendo injusto com o outro. E na minha campanha no Amazonas quando perguntado, eu sempre disse que rezava para não chegar o dia que eu tivesse que decidir entre República e Amazonas, porque eu decidiria sempre pelo Amazonas _ disse Plínio.
Ele concorda que a reforma aprovada precisa ser melhorada na Câmara.
_ Eu continuo achando que a reforma não contempla, que a reforma não reforma nada, mas há uma particularidade que eu quero que você brasileiro que não mora no Amazonas saiba: a Zona Franca, que é o ar que respiramos, está contemplada nessa reforma_ explicou Plínio.
Plínio observou que a população do Sul e Sudeste critica mas não reconhece que graças à Zona Franca o Amazonas preserva 97% da sua floresta. Em troca, nada de elogio ou reconhecimento , ao contrário, muita cobrança, sobretudo, pelo benefício da Zona Franca.
_ O Amazonas, com toda a riqueza que possui, tem 56% da sua população vivendo abaixo da linha da pobreza. Isso ninguém olha, mas olha para os subsídios da Zona Franca. De 100% de subsídios de todo país, só 8% da Zona Franca – só falam nos 8%. E os 92% de subsídios deste país? Ninguém fala porque não interessa, porque é para o Sudeste e é para o Sul.
Mesmo diante dessa escolha difícil, o senador amazonense reafirmou, entretanto, que é e continua sendo republicano, querendo o melhor para a República.
_ Tanto é que a lei de autonomia do Banco Central é de nossa autoria. Mas neste momento, a satisfação que devo ao brasileiro é que a encruzilhada chegou e eu tenho que decidir entre o que é bom para o Amazonas e o que é bom para a República. E eu fico com o que é bom para o Amazonas _ disse Plínio ao anunciar seu voto sim.