Rio de Janeiro (RJ)– Pelo menos 12 mulheres já procuraram a Delegacia da Mulher (Deam) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para denunciar o cirurgião plástico Bolívar Guerrero, de 63 anos, preso na última segunda (18) acusado de cárcere privado. A 12ª vítima conta que ficou com o seio necrosado após a cirurgia.
“Operei em um sábado, fui liberada no domingo, quando Bolívar me deu alta. Na terça, liguei para ele e disse que meu seio estava escuro. A gente liga, liga e ele já não atende mais. Meu seio começou a ficar escuro, necrosar e deu muito pus, até que perdi parte dele, pois afundou”, disse a autônoma Gedalia Barreto, 57, ao site Metrópoles.
A vítima procurou a delegacia nesta quarta-feira (20/7), após a repercussão da prisão do médico. Bolívar, que é equatoriano, é acusado de manter uma paciente há quase dois meses em cárcere privado no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense do Rio.
Segundo a Polícia Civil, há indícios que Daiana Chaves Cavalcanti, de 36 anos, mantida em cárcere privado está apodrecendo no hospital e sendo impedida de fazer uma transferência.
Gedalia conta que fez duas cirurgias em 2018 e encontrou o médico através de propagandas na internet. A mulher tinha o sonho de fazer uma abdominoplastia para tirar a marca de três cesarianas e colocar prótese na mama:
“Não ficou legal, minha barriga ficou torta. Ele (Bolívar) disse que isso acontece e após 30 dias, pediu para eu voltar que ele consertaria”, conta a vítima.
A mulher conta que não conseguiu fazer nenhuma reparadora, pois o médico queria cobrar outro valor: “Quando voltei lá, ele queria me cobrar mais R$6.000, não tinha como. Em nenhum momento ele me ofereceu ajuda, era sempre tudo pago. Eu paguei R$ 8.500 do peito, R$ 6.500 da barriga. Peguei dinheiro emprestado com a minha irmã, através do cartão de crédito. Como eu iria pegar mais R$6 mil na época? Simplesmente fiquei com defeito mesmo”, lamenta a mulher.
A vítima conta que nunca foi ameaçada por Bolívar, mas que ele sempre chegava em um consultório próximo a clínica, onde as pacientes passavam por consulta, cheio de seguranças.
“A gente que é pobre junta dinheiro com muito sacrifício, muita dificuldade mesmo. Quando chega a vez de conseguir consertar o peito, a barriga, a gente sai mais torta ainda”, relata a vítima.
Bolívar já foi preso em 2010 por aplicar um medicamento para preenchimento facial sem registro na Anvisa. Na última segunda-feira (18), ele precisou interromper uma cirurgia devido ao mandado de prisão.
O cirurgião está preso temporariamente após a decisão do Tribunal de Justiça, em audiência de custódia.
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*Com informações do Metrópoles
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