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sexta-feira, novembro 22, 2024

Mulher ‘jura de pés juntos’ que ‘bateu boca’ com mapinguari e a enfrentou com espingarda; Acredita nela?

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Manaus (AM) – Não há a menor dúvida de que a floresta amazônica esconde muitos mistérios, lugares inexplorados e animais, até então, desconhecidos pela ciência. Tantos mistérios influenciam o imaginário popular e criam as mais fantásticas lendas de seres que parecem ter saído de contos de fadas e filmes de terror.

Peludo, com apenas um olho na testa e a boca no umbigo, cheia de dentes afiados. É assim que a fera chamada de Mapinguari é descrita pelos indígenas da região. Alguns acreditam que ele usa uma espécie de casco de tartaruga como armadura e outros que ela tenha pele de jacaré. Também existe a história de que os pés do bicho teriam formato de uma mão de pilão.

Sem medo

O animal é tão terrível que não teme caçadores e com os dentes é capaz de comer até mesmo os canos de aços das espingardas, além de gritar pelas matas. Se alguém responder o seu grito, o animal pode ir ao encontro desta pessoa e o fim dela será terrível.

Segundo a lenda, o bicho começa a comer as vítimas pela cabeça. Os ribeirinhos contam que o mapinguari só anda de dia na floresta e guarda as noites, com algumas exceções. Seu caminhar deixaria um rastro de destruição e árvores derrubadas. Ironicamente, a fera só teme o bicho preguiça, por motivos inexplicados.

A lenda diz que a fera só morre quando for acertada por um tiro na barriga, onde é seu ponto fraco.

O animal, segundo a lenda, habitas as matas da região Amazônica/Foto: reprodução

A lenda

Seu “Tonho”, caçador conhecido na região onde morava era conhecido por ter visto o mapinguari. Um dia, durante a caçada, apareceram três pessoas que ele nunca tinha visto na região.

Sofia era pesquisadora, Mr. Ed era quem financiava a pesquisa e Pedro, era o cinegrafista que documentava toda a viagem. Eles foram até o caçador para contrato de serviço. Os visitantes estavam interessados na história de que Tonho tinha encontrado um mapinguari duas vezes e como conseguiu escapar vivo da fera.

“Eu não me arrisco em ter uma terceira vez. O senhor está ficando louco. O mapinguari não é de caçar, é uma entidade da floresta que precisa respeitar”, disse o simples caçador.

“Posso lhe pagar muito bem”, disse Mr. Ed.

Após muita conversa, todos entraram na floresta e decidiram partir para a caçada. Após horas de procura sem resultados, os quatro corajosos decidem descansar. De repente, no meio da noite, todos ouvem um assobio de dar calafrios. Além do barulho, o mau cheiro tomou o lugar e todos ficaram em alerta.

Ao amanhecer, o cinegrafista encontrou um pedaço de fígado cozido em cima de um tronco e não havia nenhuma ação humana por perto. Ele comeu o alimento, mesmo sendo orientado a não experimentá-lo. A equipe ficou em alerta novamente, pois Tonho sabia que algo estava errado.

Pela noite, o caçador ouviu um barulho estranho vindo da barriga de Pedro. De repente, a mata ficou em silêncio e minutos depois, o mapinguari surgiu para buscar a carne que era dele. Ele comeu o cinegrafista pela cabeça e os demais saíram correndo com medo da fera. Os pesquisadores nunca mais voltaram ao local para continuarem a pesquisa.

Mulher encontra a fera

Mesmo com o visual exótico do mapinguari, há quem afirme de pés juntos que teve um encontro de com o animal e conseguiu sobreviver. Este é o caso da agente social Telma Lopes, 43 anos, que trabalhou em uma mineração no interior do Amazonas, na década de 90, onde teve um restaurante.

Certa noite, ela e o esposo, Francisco, estavam em uma estrada escura, rumo ao local, que cortava uma extensa área de mata. Telma afirma ter vivido momentos de verdadeiro terror.

“Em um determinado ponto da estrada, vimos uma coisa enorme parada bem no meio e ainda levantou os braços. Era enorme! O Francisco viu que comecei a ficar muito nervosa e disse ‘fecha a janela e fica calma, que vamos passar bem devagar’”, relatou.

Porém, não foi possível fugir de imediato do mapinguari. De acordo com a agente social, mais três animais apareceram e começaram a arrodear o carro.

“E parecia até que falavam um com o outro, em uma linguagem desconhecida. Comecei a gritar desesperada, de novo, dentro do carro, e o Francisco mandando eu calar a boca. Comecei a falar um monte de desaforos para os mapinguaris, mas foi pelo nervoso”, comenta.

Telma Lopes prossegue o relato dizendo que os animais pareciam entender que ela brigava com eles e gritavam de volta.

“O mapinguari maior parece que me entendeu e ficou me olhando bem nos olhos do lado de fora do carro e gritou. Me revoltei e gritei. No banco de trás as nossas filhas pequenas falavam ‘mãe, pelo amor de Deus, não grite, senão ele vai virar o carro. E o bicho dava voltas do lado de fora, com raiva”, afirma.

Telma x Mapinguari

Percebendo que o animal maior poderia retirar a porta do carro, Telma conta que teve uma coragem sobrenatural.

“Lembrei de uma espingarda que tinha dentro do carro, peguei a arma e apontei pra eles. Parece que entenderam. Foi quando saíram correndo para a mata e desapareceram. Foi uma nas experiências mais apavorantes da minha vida”, relembra.

A agente social afirma, ainda, que vários relatos de pessoas atacadas pelo animal aconteceram na estrada em direção a empresa de mineração em que trabalhava no interior do Estado.

Transformação

Outra história em relação ao mapinguari é que indígenas quando chegam a uma determinada idade se transformam no terrível animal. Uma das possíveis causas para o surgimento da lenda é que as pessoas observaram o aparecimento do esqueleto de preguiças-gigantes, um animal que viveu na floresta Amazônica no período pré-histórico.

*Com informações da reportagem de Carlos Araújo do Portal Em Tempo

Edição Web: Bruna Oliveira/portal Em Tempo

Arte: Ítalo Chris/portal Em Tempo

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