A Polícia Federal (PF), com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou, na manhã desta quinta-feira (8), a operação Corredeira Inflamável, com objetivo de investigar possíveis práticas dos crimes de fraude em licitação, peculato e associação criminosa, em contrato de fornecimento de combustíveis para Prefeitura Municipal e Secretarias Executivas de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros ao norte de Manaus), no ano de 2019.
Carros da PF também foram vistos, nas primeiras horas desta quinta-feira, em frente a um condomínio de luxo, na Avenida Efigênio Salles, na zona centro-sul de Manaus. Agentes federais saíram do local portando documentos.
A ação da Polícia Federal visa cumprir dez mandados judiciais de busca e apreensão e quatro de prisão temporária expedidos pela 2ª Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas, cumpridos em Manaus e Presidente Figueiredo.
Segundo as investigações, apesar de ter sido uma exigência do contrato a instalação de tanques de combustível na sede do município, foi apurado que a empresa contratada não possui posto de gasolina e nem licença para operar em Presidente Figueiredo, tendo subcontratado toda a prestação de serviços.
Além de ter terceirizado o serviço de fornecimento de combustível, constatou-se um superfaturamento de R$ 3.932.599,70 pelo pagamento por combustíveis em quantidade superior à efetivamente consumida.
Ainda conforme as investigações, identificou-se, também, a simulação de uma concorrência na licitação, notadamente porque a empresa vencedora do certame beneficiou a outra licitante com a transferência de R$ 249.509,68. Há indícios, ainda, de que a empresa contratada, à medida que recebia os pagamentos da Prefeitura de Presidente Figueiredo, desviava tais valores a determinados grupos empresariais.
Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude em licitação (art. 90 da Lei nº 9.866/93), peculato (art. 312 do Código Penal) e associação criminosa (art. 288 do Código Penal). Se condenados, poderão cumprir pena de até 12 anos de reclusão.
Fonte: D24am