POLÍTICA- Após a primeira diligência externa em Pari Cachoeira, distrito de São Gabriel da Cachoeira (AM), a CPI das ONGs retomou hoje os trabalhos presenciais no Senado Federal e ouviu o professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Molion, que contesta a tese de que o aquecimento global é causado pelo homem. Na abertura da sessão, o presidente da comissão, senador Plínio Valério (PSDB-AM) apresentou o relatório da diligência feita pela CPI das ONGs na aldeia de Pari Cachoeira , quando lideranças de várias etnias entregaram cartas denunciando abusos da ONG Instituto Socioambiental (ISA) e troca do comando do seu braço local, a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) .
Os indígenas também pediram a saída das organizações da região.A sessão externa da CPI das ONGs reuniu mais de 100 pessoas.
“Foi comovente ouvir de cada um as queixas, reclamações, lamentações e acusações. Dá para perceber o quanto nos roubam, e roubam mais dos indígenas. Levam o conhecimento que têm de seus antepassados, levam as plantas, levam os animais, roubam o minério, negam saúde, educação e transporte. Essa, aliás, foi a queixa recorrente dos indígenas: apesar das promessas, não têm ensino, nem saúde, muito menos medicamentos, transporte não existe e a internet não presta”, diz o texto do relatório do presidente.
Dentre a série de denúncias, mostrou-se que a Foirn está tornando os povos indígena do Alto Rio Negro o principal objeto e massa de manobra para usufruir recursos de países estrangeiros. Usam os nomes de 23 grupos étnicos, 50 mil Indígena e 700 aldeias. Pedem ainda que a CPI investigue a compra de computadores, motores e equipamentos de internet que nunca foram entregues às comunidades indígenas.Outra carta denuncia um projeto de Pesca Esportiva que camufla a retirada de minérios e diz que a coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai) está totalmente aparelhada por ONGs.
_ Esse, portanto, é o relato que fazemos ao Senado e à Nação. Claro, já suspeitávamos desse quadro, por informações preliminares e pelo que a CPI já investigou até agora. Queremos aprofundar essa investigação, assim como propor medidas que possam corrigir as gravíssimas distorções, para não dizer crimes, que constatamos com os depoimentos dos indígenas _ encerrou Plínio Valério.