Profissionais de saúde irão participar nesta quinta-feira (24), do curso de Formação de Multiplicadores no Enfrentamento da Hanseníase, oferecido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Ministério da Saúde, com a organização da Prefeitura de Manaus e apoio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
Segundo a chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, enfermeira Ingrid Simone dos Santos, 183 servidores da rede municipal de saúde serão capacitados como multiplicadores, entre médicos, enfermeiros e integrantes da equipe técnica do programa municipal de controle da doença.
“O projeto do curso foi elaborado pela SBD em formato on-line, iniciado em 2021 em outros Estados brasileiros com a capacitação de 1.911 profissionais, e deve ser executado em todos os Estados. A Prefeitura de Manaus foi convidada pela SBD e aderiu ao projeto para reforçar ainda mais a capacitação dos profissionais da rede municipal, qualificando o atendimento e manejo clínico desse agravo à população”, explica Ingrid Simone.
O conteúdo programático do curso, com quatro horas de duração, vai incluir temas como: Manifestações clínicas e diagnósticos diferenciais; Avaliação neurológicas e prevenção de incapacidades; Tratamento e manejo de casos; e Estados reacionais e seu tratamento.
“O objetivo principal do curso é orientar o profissional sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce da hanseníase, que podem prevenir as sequelas físicas permanentes”, destaca a enfermeira.
Em 2021, o município de Manaus registrou 102 casos novos de hanseníase, o que significa redução de 17,07 % em relação aos casos notificados em 2019, ano de pré-pandemia da Covid-19. Comparado a 2020, houve um aumento de 41,66 % na detecção de casos novos. Desses casos novos de 2021, 20,62 % já apresentavam sequelas no momento do diagnóstico, que é o índice mais elevado dos últimos 20 anos no município.
“As sequelas irreversíveis (grau II) são o maior desafio para a implementação de qualificação profissional para busca ativa e diagnóstico precoce. O diagnóstico e tratamento precoce evitam que a doença progrida para uma forma mais grave. O início do uso dos medicamentos também interrompe o ciclo de transmissão da doença, evitando que mais pessoas fiquem doentes. Por isso, é muito importante que o paciente, ao apresentar manchas na pele ou sintomas nos nervos, como dores, dormências e fisgadas, procure uma Unidade de Saúde o mais rápido possível”, alerta Ingrid Simone.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e a transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros.
A transmissão requer um convívio próximo e por tempo prolongado com uma pessoa doente e ainda sem o tratamento. Por esse motivo, as Unidades de Saúde devem realizar o acompanhamento em saúde dos contatos domiciliares do paciente com hanseníase para um diagnóstico precoce.
Na fase inicial da doença, os sintomas de hanseníase são caracterizados por lesões na pele que causam diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões dormentes. Em estágios mais avançados pode apresentar edema de mãos e pés, febre, dor na articulação, ressecamento dos olhos, nódulos dolorosos, mal-estar geral, dor ou espessamento dos nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés, e a diminuição ou perda de força nos músculos, inclusive nas pálpebras.