A Master Cultural apresenta, nos dias 29, 30 de abril e 2 de maio, a live do espetáculo Branca de Neve ao som dos Beatles. Pela primeira vez a montagem será exibida virtualmente, com elenco formado por atrizes e atores amazonenses e contará, ainda, com tradução em libras. As transmissões acontecerão sempre às 17h30, pelo canal da atriz que interpreta Branca de Neve, Evy Felix, no YouTube.
O diretor do espetáculo, Leandro Mariz, conta que os primeiros ensaios foram realizados de forma híbrida para obedecer às medidas de distanciamento e que os participantes fizeram testes de Covid-19 antes de se encontrarem para o primeiro ensaio presencial. “Por conta da pandemia, ensaiávamos de forma on-line. Apenas agora, uma semana antes do espetáculo, que o elenco pôde se conhecer presencialmente”.
A peça tem a trilha sonora de Beatles e foi montada em 2013, com o objetivo de subverter um pouco do clássico conto de fadas. Com um roteiro atual, a princesa é sim mais uma vez enganada pela madrasta. No entanto, a história ganha alguns contornos diferentes, contemporâneos e divertidos. Quem morde a maçã envenenada, por exemplo, é o príncipe. “A nossa Branca de Neve é quem é a protagonista de toda a história. Ela é uma mulher forte, que toma todas as decisões, enfrenta as coisas de frente”, complementa Leandro.
A atriz Erismar Fernandes, que interpreta a bruxa, a vovó e os anões Soneca e Dengoso, afirma que apesar de trabalhar com teatro há quase 30 anos, a experiência de apresentar algo novo é sempre emocionante. “É um novo desafio, uma sensação de estreia, não tem para onde correr. Apesar de estarmos a muito tempo na estrada, pra mim é sempre uma novidade”.
Ela também comentou sobre os ensaios dentro do ‘novo normal’, onde os processos foram, em sua maioria, realizados virtualmente. “O elenco está muito entrosado. Nem todos se conheciam. Fizemos uma amizade e parceria muito boa em cena, onde nos comunicamos pelo olhar. O espetáculo é muito bonito. A trilha sonora é um espetáculo à parte. Embora todos conheçam a história da Branca de Neve, este espetáculo é inovador, feito para os dias atuais”, destaca a atriz amazonense.
O diretor da Master Cultural, Ricardo Kussuda, explica que a ideia inicial do projeto era levar para três municípios do Amazonas (Iranduba, Manacapuru e Itacoatiara). “Por conta da pandemia, desta segunda onda, tivemos que nos readequar para fazer as lives e não perder essa oportunidade de trazer este espetáculo”.
Ele conta, ainda, que o projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc – Prêmio Feliciano Lana. “Essa lei veio em boa hora, visto que o setor de produção cultural está parado há muito tempo”, complementou. Assim que a pandemia passar, a Master Cultural deve levar o espetáculo para demais Estados da região norte e para outros municípios do Amazonas.
O espetáculo
Em um claro movimento de resgate à contação de histórias, a montagem parte da narração de uma simpática vovó, que, como a adaptação revela mais tarde, é ninguém menos que a própria Branca de Neve revivendo seu passado. Na montagem que conta com a ajuda providencial dos sete anões, que acolhem Branca após se perder na floresta, a história passa longe da narrativa convencional se valendo de toque shakespeariano para embalar o romance da princesa com seu amado Encantado.
A Rainha por sua vez, conhecida tradicionalmente como perversa e má, revela-se figura atrapalhada e até engraçada, mas continua sendo fútil, preocupada como sempre apenas com sua aparência.