POLÍTICA- Ao comemorar o que considerou decisão sensata, inteligente e animadora do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) de conceder o tão esperado licenciamento ambiental à empresa Potássio do Brasil para a exploração de potássio no município de Autazes, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) apelou para que o Ministério Público não ceda á pressão de falsos ambientalistas e não frustre o único caminho para tirar da miséria , do tráfico e do crime organizado jovens e pais de família que podem se beneficiar de cerca de 16 mil empregos diretos e indiretos.
_ Eu não quero aqui só estar falando de pobreza e de miséria. E se o faço é para jogar na tua cara, que não conhece a Amazônia; é para jogar na tua cara que concorda com essa elite safada, com a hipocrisia internacional. Para que você saiba que eu lamento, sim, a pobreza em que vivemos, mas porque estamos num estado rico, que, se fosse livre, poderia, sim, ser autossuficiente _ disse Plínio.
Além do emprego e renda numa região tão carente do Amazonas, ele lembrou que com a exploração da riqueza mineral de Autazes, o Brasil fica mais próximo da autossuficiência em fertilizantes. Caso o MPF não tenha sucesso no já anunciado recurso para caças a licença e esse processo se desenvolva, abrirá novos rumos, não só para a Amazônia, mas, sobretudo, para um Brasil carente de insumos na área de fertilizantes.
_Me apressei em vir aqui, antes que algum desses trombeteiros encontre um casco de jabuti, um resto de cerâmica, para dizer que ali também os indígenas estão. Eu estou aqui mostrando ao Brasil essa hipocrisia. Logo, logo vão recorrer. E é certo que o Ministério Público Federal vai acolher, e aí vem mais uma liminar. Querem nos impedir de ter investimento de bilhões . _ discursou Plínio.
Plínio discorreu sobre os dados da pobreza no Amazonas mesmo tendo uma mina de riqueza inexplorada pela ação de interesses internacionais. O desserviço das ONGs e sua atuação para barrar o desenvolvimento na região foi amplamente mostrado na CPI das ONGs.
_A falta de emprego que explica a situação de migração interna, de fuga da pobreza, de busca desesperada de sobrevivência, que já tenho mostrado nesta tribuna e que sobrecarrega a periferia de Manaus. Essa situação foi comprovada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que percorreu durante 18 dias mais de 3 mil quilômetros de rios e estradas em uma porção da Amazônia e constatou esse fluxo migratório, o mesmo que tenho mostrado aqui, em direção aos centros urbanos, em detrimento de comunidades indígenas, ribeirinhas e de fronteiras. O reflexo do êxodo mais recente está no crescimento desordenado de Manaus _ disse o senador.
Plínio considerou a licença do IPAMM um avanço que precisa ser preservado na questão do potássio de Autazes.
_ É esse avanço que nós esperamos seja preservado. Afinal, essa riqueza mineral a que nos referimos contrasta com a situação em que mais uma vez constatamos que vive a população amazônica. O que força esse deslocamento permanente, em especial da população indígena, é a precariedade no atendimento escolar e sanitário, além do terrível isolamento. ONGs recebem centenas de milhões, prometendo acesso à eletricidade, à internet e, principalmente, ao saneamento. Nada disso ocorre. Mais uma vez quero lembrar: a CPI investigou seis ONGs. Elas, só as seis, arrecadaram R$3,1 bilhões _ apelou o senador amazonense.
*Com informações da acessoria