POLÍTICA- “Se esses recursos fossem utilizados de forma adequada, a situação atual seria diferente”, afirma senador Plínio Valério.
A soma de recursos recebidos por ONGs que estiveram na CPI das ONGs chega a mais de R$ 1,4 bilhão. Essa é a contagem da Comissão com base nas interpelações feitas pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) aos dirigentes da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE) e do Instituto Clima e Sociedade (ICS) que compareceram à Comissão para responder sobre os valores arrecadados e o que fizeram com esses recursos.
Apenas a FAS, ONG que tem Virgílio Viana como superintendente-geral, arrecadou R$ 400 milhões. O senador Plínio Valério também quis saber qual o salário de cada dirigente, mas todos negaram a mostrar seus contracheques, disponibilizando-se a apresentá-los reservadamente, de forma sigilosa.
“Estamos expondo a realidade. A caixa-preta foi aberta. Quatro ONGs que estiveram aqui arrecadaram coletivamente 1,4 bilhão de reais. Se esses recursos fossem utilizados de forma adequada, a situação atual seria diferente. Na Amazônia, enfrentamos carências significativas em infraestrutura, saúde, desenvolvimento e oportunidades de emprego, enquanto as ONGs recebem quantias exorbitantes que, segundo alegam, visam à preservação da floresta, mas mantêm nossa população em condições precárias e enriquecem em nome delas”, afirmou o senador amazonense.
“É importante destacar que não somos contra o dinheiro estrangeiro para beneficiar nossa população. No entanto, não podemos ficar dependentes desse dinheiro ou ser meros executores das vontades dos doadores do Fundo Amazônia, como Noruega, Alemanha, Canadá, Holanda e Estados Unidos, que têm interesses próprios em petróleo, carvão, madeira, nióbio e potássio”, completa Plínio Valério.
Já é consenso entre o presidente da CPI, o relator senador Márcio Bittar (União-AC) e demais membros da CPI propor medidas que aperfeiçoem o Fundo Amazônia, garantindo mais transparência na aplicação dos recursos. Além disso, medidas que assegurem mais transparência nos recursos que ONGs arrecadam do exterior e como aplicam para beneficiar as populações da floresta.