Quarenta e cinco alunas venezuelanas participantes do projeto “Mujeres Fuertes”, idealizado pela Organização Social Civil – OSC “Hermanitos”, receberam ontem, 26, na Escola SENAI Antônio Simões o certificado de Auxiliar de Cozinha. O projeto tem por propósito a inserção de refugiados, vindos da Venezuela, no mercado de trabalho manauara. A ação conta com a parceria do Ministério Público do Trabalho e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que protege e oferece assistência às pessoas apátridas em todo o mundo.
“Mujeres Fuertes”, segundo Janaina Paiva coordenadora geral da Hermanitos, surgiu em decorrência da grande demanda de mulheres com famílias mono parentais, ou seja, mulheres chefes de família com muitos filhos pequenos. A coordenadora explicou que é muito difícil para elas estarem em um país que não é o seu, tendo que cuidar das crianças e ainda conseguir trabalhar fora e que, por conta disso, o primeiro passo dentro do projeto é o apoio psicossocial oferecido às refugiadas para que ingressem no curso, com a mente pronta para novos desafios.
Paiva também afirmou que o curso de Auxiliar de Cozinha foi escolhido para que as mulheres do projeto pudessem, cada vez mais, melhorar as suas habilidades, visto que muitas já tinham vocação para a culinária. “O SENAI foi um parceiro fundamental para o sucesso da turma e, depois desse curso de Gastronomia, elas (alunas) irão realizar um curso de empreendedorismo”, comentou a coordenadora.
Luisdarly Izquierdo, 19, há quase três anos em Manaus e mãe de uma garotinha de dois anos, confessou que a princípio, tanto ela como as outras colegas de turma, estavam muito inseguras principalmente por conta do idioma, mas com o passar do tempo entenderam que essa barreira poderia ser ultrapassada. “Começamos a ver os frutos e começamos a aprender muito, hoje não pensamos mais em desistir, só continuar”, assinalou. Izquierdo já empreende em casa, fazendo vários tipos de doces e salgados.
Segundo o instrutor de Panificação e Confeitaria do SENAI Amazonas, Raimundo Sales, foi um desafio prazeroso poder ajudar as mulheres do projeto a se qualificarem para o mercado de trabalho, “No final, elas nos entenderam e nós as entendemos e assim conseguimos realizar o curso da melhor forma possível”, festejou.