POLÍTICA- No Senado, o parlamentar se reuniu com representantes de moradores e dirigentes de uma associação rural comunitária do município. A área receberia 3 mil toneladas de lixo por dia de Manaus e região metropolitana e prejudicaria atividades agrícolas, turísticas e educacionais da região.
Em Brasília, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) se reuniu com representantes de moradores de Iranduba e da Associação Rural de Desenvolvimento Comunitário Morada do Sol que querem impedir a instalação de um aterro sanitário no município.
Os representantes das comunidades expuseram ao senador os impactos que a instalação de um aterro sanitário pode causar na região, incluindo a contaminação do solo e da água, a poluição atmosférica e a degradação da paisagem. Eles também destacaram que a região é conhecida pela agricultura e que a instalação do aterro pode afetar a subsistência das famílias que vivem da agricultura familiar. “Existem 1.698 famílias que vivem da atividade agrícola e, na sua maioria, pequenos agricultores que vivem exclusivamente dessa atividade”, destaca o documento elaborado pelos moradores.
O senador, que é contra a instalação do aterro, ouviu atentamente as demandas dos representantes e disse que está empenhado em impedir essa ameaça. Ele destacou que é preciso levar em consideração os impactos sociais, ambientais e econômicos da instalação do aterro.“Sabemos que a instalação de um aterro sanitário pode ter sérios impactos na região, e por isso estamos trabalhando em conjunto para evitar sua instalação”, disse o senador.
Além dos impactos na produção agrícola e no meio ambiente, os moradores destacam que o estudo de impacto ambiental apresentado pela empresa desconhece os impactos sobre os recursos hídricos e a piscicultura na área, já que a região possui inúmeros igarapés que fluem para o rio Negro.
A área também é próxima ao Aeroporto Eduardo Gomes – o que traz sérios riscos para o sistema aéreo com a presença de urubus – e também é uma região com sítios arqueológicos, o que exigiria a manifestação do Instituto de Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Os moradores apresentam ainda uma série de irregularidades no processo de licenciamento ambiental, ausência de autorização do despejo do lixo de Manaus em Iranduba e que o aterro é localizado dentro da Área de Proteção Ambiental do Rio Negro (APA). A região é repleta de empreendimentos turísticos e hotéis que geram empregos e renda na região, e que seriam afetados pela instalação do aterro.
O próximo passo sugerido pelo senador Plínio é a realização de uma audiência pública em Iranduba para discutir o assunto. “É nosso dever proteger os recursos naturais e garantir o bem-estar da população, especialmente daqueles que dependem da terra e dos rios para sobreviver”, destacou.