POLÍTICA- O senador Plínio Valério (PSDB-AM), que presidiu a CPI das ONGs, solicitou que a Controladoria-Geral da União (CGU) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino ampliem a investigação sobre repasses a ONGs, incluindo as organizações investigadas pela CPI e que e receberam cerca de R$ 2,5 bilhões em recursos nacionais e internacionais. A investigação já em curso pela CGU, iniciada a pedido de Dino, examina o uso de R$ 515 milhões em emendas parlamentares destinadas a diversas ONGs. No entanto, Plínio Valério reforça a necessidade de incluir organizações listadas pela CPI, como o Instituto Socioambiental (ISA) e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS).
“Hoje, com o trabalho da CPI, a população brasileira sabe quais são as más ONGs, sabe como elas operam, sabe para onde vai o dinheiro. Sabemos também de onde vem o dinheiro que irriga essas ONGs, como elas faturam com isso, quais os serviços que prestam. Temos números para mostrar, temos fluxos de caixa comprovados, temos depoimentos de quem sofre com a pobreza. Está tudo no relatório. A CGU e o ministro Dino podem consultar e dar andamento”, afirmou o senador.
O senador amazonense pede que a CGU investigue o Instituto Socioambiental (ISA), que encerrou o ano de 2022 com um orçamento de quase R$ 70 milhões — conforme declarou seu diretor, Márcio Santilli, em depoimento à CPI —, oriundos de 63 financiadores, dos quais 84% são doações estrangeiras e 16% de doadores nacionais. Em seus 30 anos de existência, de acordo com Santilli, o ISA recebeu uma média de R$ 20 milhões anuais. O total estimado de sua arrecadação ao longo desse período, portanto, chega a R$ 600 milhões.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que também foi investigado pela CPI, já recebeu R$ 780 milhões desde sua fundação. O orçamento da ONG em 2022, de R$ 39 milhões, indica que mais de 50% do valor arrecadado foi destinado ao pagamento de salários e outras remunerações dos funcionários. Há ainda o Instituto Clima e Sociedade (ICS), que recebeu R$ 358 milhões entre 2015 e 2022, e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que obteve aproximadamente 57% de seu orçamento médio de R$ 14 milhões anuais, entre 2007 e 2022, de fontes internacionais, totalizando cerca de R$ 224 milhões.
Outra ONG investigada pela CPI foi o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), que arrecadou R$ 110 milhões desde 2018, sendo 49% desse montante oriundo de entidades estrangeiras. Os dados apresentados pela ONG também incluem um financiamento específico de R$ 45 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Em depoimento prestado por seu principal dirigente, Virgílio Viana, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) informou que, em seus 15 anos de atuação, arrecadou aproximadamente R$ 400 milhões junto a empresas e ao poder público.