AMAZONAS-Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o Rio Negro em Manaus está fora da fase de seca, mas que continua “abaixo da faixa da normalidade” para a época no Amazonas.
Pela série histórica das mínimas já registradas, é considerado como seca até a cota 15,80m.
No dia 15 de dezembro, o rio registrou a subida de 18 cm, atingindo a cota de 15,97m saindo da fase de seca pelos dados apontados.
Nesta quarta-feira (20), o Porto de Manaus registrou 16,94m, cerca de um aumento de 1,14m.
No SGB, o modelo de previsão utiliza as cotas dos meses de março, abril e maio do ano para apresentar um intervalo relacionado a cheia do ano em curso.
No momento, na maioria das estações monitoradas, os níveis são considerados baixos para o período e com exceção do Alto Solimões que já apresenta recuperação dos níveis, registrando cotas dentro do intervalo da normalidade.
Segundo a pesquisadora em Geociências do Serviço Geológico do Brasil, Jussara Socorro Cury Maciel, a cheia do Rio de Negro neste ano durou 239 dias, com pico em julho.
Já em relação à seca, a duração foi 126 dias com pico em outubro.
“Grande parte da vazante ocorre na primeira quinzena de outubro”, ressaltou.
Além disso, Auan Santos Fleischmann, pesquisador do Instituto Mamirauá, revelou que as chuvas no Médio e Alto Solimões estão indo para a normalidade para o período e que há possibilidade de cheia.
“O El niño pode se fortalecer nos próximos meses e o que impactaria em chuvas a baixo do normal. Porém, os níveis do rio em Tabatinga já se aproxima da normalidade. Em Tefé, foi medido o dobro da chuva esperado para novembro. Já em Fonte Boa a chuva está na média”, exemplificou.
O SBG realiza todos os meses um boletim com o monitoramento hidrológico da Amazônia Ocidental. O primeiro boletim da cheia pode ocorrer entre janeiro a março de 2024.
Municípios em emergência
Mesmo com o avanço do nível no Rio Negro, todos os municípios no Amazonas continuam em situação de emergência, segundo o último boletim de estiagem divulgado.
Segundo dados da Defesa Civil, o Amazonas tem 599 mil pessoas afetadas até o momento pela seca severa, ou 150 mil famílias.
Calha do Juruá
Nos últimos 5 dias a estação de referência no rio Juruá, situada em Itamarati, registrou subida de 13 cm.
Na região próxima a nascente da calha, Guajará (Cruzeiro do Sul) nos últimos 5 dias o nível do rio subiu 336 cm e em Ipixuna subiu 197 cm.
Calha do Purus
Nos últimos 5 dias, a estação de referência da calha do Purus, localizada próxima à foz do rio, no município de Beruri, registrou uma subida de 92 cm, o que é esperado no momento.
Calha do Madeira
A estação de referência da calha do Madeira, localizada no município de Humaitá, registrou desceu 17 cm.
Calha do Negro
Entre os dias 15 e 18 de dezembro, em Santa Izabel do Rio Negro, foi registrado uma elevação de 43 cm, na porção média da calha.
No município de Barcelos, foi registrada uma subida de 25 cm. Em Manaus, nos últimos 5 dias houve uma elevação de 77 cm.
Calha do Solimões
Nos últimos 5 dias, a estação de referência em Tabatinga registrou uma subida de 30 cm. Já na região próxima à foz da calha, em Manacapuru, registrou subida de 79 cm.
Calha do Amazonas
Em Itacoatiara, foi registrado nos últimos 5 dias, uma elevação 69 cm.