BRASÍLIA (DF) – Neste domingo (21), os 2,3 milhões de estudantes que prestaram o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 tiveram que desenvolver a redação com o tema “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”. O tema da prova é recorrente nos discursos do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que já denunciou na tribuna do Senado as crianças sem registro de nascimento no Amazonas e são invisíveis para o estado por não terem documentação.
“Muito oportuno esse tema abordado na redação do Enem 2021. Traz luz para essa realidade que o Brasil precisa se atentar e que sempre abordamos no Senado. O registro civil garante o acesso à saúde, à cidadania, à escola, à vacina e a todas as políticas públicas. Não desenvolveremos enquanto nação enquanto brasileiros não tiverem o básico para o acesso à cidadania e forem excluídos dos olhos do Estado por não terem documentação”, destacou Plínio Valério. “No Amazonas, eu lamento dizer isso, há crianças sem registro de nascimento. Recentemente, na comunidade de Cabari, no Alto Rio Negro, no município de São Gabriel da Cachoeira, foram identificadas 55 crianças que não tinham registro de nascimento. Não são conhecidas, não vivem”, lamentou o senador.
Para o senador, há uma hipocrisia por parte de organizações e militantes que atuam no Amazonas que se dizem preocupados com a floresta e fecham os olhos para a fome, a miséria e ausência de direitos básicos.
Além da falta de registros de crianças, o senador também já chamou atenção para os 9 milhões de brasileiros da Amazônia que não têm renda para a cesta básica, a mortalidade infantil e a falta de acesso à saúde básica para mulheres. “E isso eles não enxergam. Eles enxergam uma Amazônia bonita, verde e preservada. Embaixo dela, existe um povo. E é, em nome desse povo, que eu registro o meu protesto contra essa hipocrisia, contra esses cretinos”, afirmou Plínio Valério.
“Quando eu venho a esta tribuna, eu acho que é a única vez em que o meu tom se eleva, porque não há como não relembrar a hipocrisia que cerca, que permeia o tema Amazônia. Os artistas celebrando a preservação, querendo plantar árvores; os dirigentes internacionais querendo dar dinheiro para comunidades, o Fundo Amazônia enganando a população, e no Amazonas há crianças sem registro de nascimento e morrem antes de completar um ano”, disse o senador.
Com informações da assessoria de imprensa