POLÍTICA- Um mal entendido sobre o envolvimento do senador Plínio Valério (PSDB-AM) em uma guerra política por críticas feitas a atuação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva contra a BR-319, foi derrubado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) , que, fazendo Justiça, decidiu arquivar uma denúncia feita por apoiadores da ministra, por um desabafo feito por ele ao relembrar a participação dela na CPI das ONGs: “Imagine o que é tolerar Marina 6 horas e dez minutos sem enforcá-la”, afirmou Plínio.
Essa declaração do senador se deu um ano e meio depois do depoimento de Marina na CPI das ONGs.
No despacho de Gonet, ele derruba também a tese sexista sempre usada pela ministra Marina, de que Plínio a critica por ser mulher, preta e frágil, como ocorreu na sessão do Senado em que ela abandonou a audiência após Plínio dizer que não estava se referindo a mulher, mas a ministra. Segundo Gonet, a conduta de Plínio “não foi praticada por razões da condição do sexo feminino ou em situação de violência doméstica ou familiar.”
_Espero que essa decisão do procurador Paulo Gonet enterre de vez essa narrativa de que críticas á conduta da ministra Marina Silva se dão por sua condição de ser uma agente do governo do sexo feminino. O que criticamos é sua ação danosa, como ministra, contra o povo do Amazonas, e contra o desenvolvimento do meu estado para tirar as famílias e grupos empresariais que clamam pelo fim do flagelo na BR 319 . Foi feita a Justiça _ comemorou Plínio.
Ao rejeitar a ação, Paulo Gonet, argumenta que as declarações do senador, “embora revestidas de aparente cunho ameaçador”, foram proferidas após a sessão e em local diverso da CPI, o que, portanto, não caracteriza crime de constrangimento ilegal. “A ministra Marina não foi obrigada a manter nenhum comportamento indesejado ou contrário à sua vontade” , esclareceu o procurador.
Em seu despacho Gonet explicou que , para iniciar uma investigação sobre um possível crime de ameaça, a própria chefe da pasta do Meio Ambiente deveria ter apresentado uma representação, o que não ocorreu. Como divulgado pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, a denúncia do caso à PGR foi feita pela deputada federal Luciene Cavalcanti (PSOL-SP), com o argumento de que a frase de Plínio configurava “ ato de violência política de gênero, uma vez que subvertem a dignidade e a integridade da ministra Marina Silva.”