POLÍTICA- Diante da polêmica que se criou em torno da exploração ou não de urânio e outros minerais estratégicos na venda da mina de Pitinga, no Amazonas, para uma estatal chinesa, o senador Plínio Valério ( PSDB-AM) usou declarações do engenheiro Samuel Assayag Hanan, ex-diretor da Paranapanema, empresa que explorou a mina antes da mineradora Taboca, para reafirmar que dos chineses podem sim utilizar novas tecnologias para separar uranio e terras raras dos milhões de toneladas de rejeito de cassiterita acumulados nos últimos 40 anos de funcionamento da mina.
Em entrevista ao Jornalista Ronaldo Tiradentes, de Manaus, Samuel Hanan explicou que nessas montanhas de rejeitos de cassiterita tem misturados, além do estanho separado e comercializado, os outros minérios valiosíssimos. Na transcrição da entrevista lida por Plínio na tribuna, o engenheiro que foi vice-governador do Amazonas, alerta que os governos estadual e federal tem que investigar se a estatal chinesa vai exportar minério , que seriam os rejeitos misturados, ou só o estanho separado, que seria uma riqueza incalculável e finita que pertence á União e o Brasil não pode entregar.
_ O estanho é fácil de separar , mas os outros minérios não. Os minérios associados nunca tivemos tecnologia para separar. Só se beneficiava em Pitinga a cassiterita para separar o estanho. O resto ficava lá em montanhas e montanhas de rejeitos que hoje tem muito mais valor que a cassiterita: terras raras, urânio, nióbio tântalo e xerotime. Na época, há cerca de 30 anos, nós tínhamos estimativa de mais de dois milhões de toneladas , um valor gigante _ segundo Samuel Assayag, que hoje pode ser separado com a tecnologia dos chineses.
No discurso da tribuna, Plínio ressaltou que o que chamou atenção é que o Ministério Público Federal, tão cioso e ágil quando se trata de impedir a exploração de minérios na Amazônia ,como potássio e gás ,nada fez nessa venda. Há alguns anos o Ministério Público firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para danos ao meio ambiente e recebeu da mineradora Taboca um repasse de R$8 milhões . Um valor irrisório diante dos bilhões envolvidos na operação com os chineses e que não se sabe em que foi empregado.
_ Tem muita gente vindo a público desmentir que os chineses não vão explorar urânio em Pitinga. Notas na Imprensa dizendo que não tem urânio. Então, vou citar algumas frases do Samuel Hanan, que conhece tudo ali daquela mina, e citar também esse grande serviço prestado pelo radialista Ronaldo Tiradentes.. Segundo o Samuel Hanan, que gerenciou a mina por muitos anos, o grande pulo do gato da compra dos chineses é a utilização de novas tecnologias para separar urânio e terras raras das milhões de toneladas de rejeitos dos últimos 40 anos, onde tem misturados esses e outros minérios valiosíssimos. Montanhas de rejeito. Ainda segundo Samuel, e eu estou citando porque é autoridade no assunto, ninguém ainda se centrou no ponto principal: qual é o interesse maior? Vamos olhar o que é. A Mina de Pitinga é um negócio praticamente único no Mundo. Foi uma coisa colossal _ reafirmou Plínio.
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