O senador Plínio Valério (PSDB-AM) encaminhou ontem três requerimentos com pedido de informação aos presidentes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que expliquem o que motiva o desequilíbrio na distribuição do bilionário montante de crédito rural entre os estados da federação, em que o Amazonas figura com baixíssima participação nos contratos para financiamento da produção agropecuária. De acordo com levantamento do Banco Central , o valor total de contratos relativos ao crédito rural nesses três bancos públicos chegou a R$229,484 bilhões. Mas desse montante, o Amazonas recebeu uma fatia ínfima de R$195,518 milhões em 2021.
É o segundo menor montante em toda a Federação, perdendo apenas para o Amapá e corresponde a apenas 0,08% do total repassado aos demais estados da Federação. No documento Plínio pede também que os presidentes dos bancos públicos orientem no sentido de mostrar as ferramentas para facilitar o acesso dos amazonenses aos contratos de financiamento do crédito rural.
“Solicito a V. Senhoria uma avaliação dos motivos que levam a essa surpreendente disparidade. Gostaria de saber , também, que medidas se fazem necessárias para ampliar o acesso do Amazonas ao crédito rural, uma vez que, reconhecidamente, o crédito rural proporciona aumento de emprego e renda , tão necessários ao nosso estado e á preservação da nossa floresta”, diz o texto dos documentos enviados por Plínio a Gustavo Montezano, presidente do BNDES; Pedro Duarte Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, e a Fausto de Andrade Ribeiro, presidente do Banco do Brasil.
Para efeito de comparação dessa disparidade na distribuição dos recursos, Plínio deu como exemplo o Distrito Federal, que mesmo com uma área infinitamente menor que o gigante Amazonas, foi agraciado com uma fatia muito superior para investimento em projetos agrícolas ou de preservação ambiental. Enquanto o Amazonas com 1 milhão 571 mil quilômetros quadrados de área recebeu apenas R$195,518 milhões em 2021, o Distrito Federal com só 5.761 quilômetros quadrados recebeu R$236.498 milhões. A área do DF corresponde a 0.36% da área do Amazonas .
A falta de atenção do governo federal com os 104 mil empregos da Zona Franca de Manaus, segundo Plínio , se repete na burocracia para investimento em outros setores como o agronegócio no Amazonas. Ele diz que o retrato do desequilíbrio na distribuição do crédito rural entre o resto do País e o Amazonas pode ajudar um pouco aos brasileiros e brasileiras compreenderem por que os amazonenses tanto falam em defesa da Zona Franca