A decisão da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de reconhecer o município de Autazes, no Amazonas, como grande produtor de potássio a ser incluído no plano nacional de produção de fertilizantes, foi elogiada na tribuna pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM).
No discurso ele defendeu que o Brasil precisa tratar como segurança nacional e segurança alimentar a dependência da importação do minério abundante no País, agravada pela “abominável” guerra no leste europeu. As dificuldades decorrentes de sanções impostas a Rússia após a invasão da Ucrânia e a crise na importação do minério, segundo Plínio, aumentam a necessidade de enfrentamento dos entraves judiciais contra a construção de infraestrutura e exploração do potássio para produção de fertilizantes até mesmo nas jazidas fora de terras indígenas.
Segundo o Ministério da Agricultura as minas de potássio de Autazes tem potencial para ajudar na necessidade do Brasil em produção de fertilizantes. Plínio argumentou que a decisão tomada no passado era importar potássio porque era mais barato. Mas hoje, com as dificuldades de importação em função dos embargos, o Brasil precisa tratar esse assunto como segurança nacional e segurança alimentar. Apesar das dificuldades, o senador considera que o momento é favorável para , com a exploração do minério abundante, discutir melhorias na infraestrutura dos municípios, provendo o crescimento da economia local devido ao plano nacional de produção de fertilizantes.
Além de Autazes , poderão ser beneficiados outros municípios produtores de potássio, como Itacoatiara, Nova Olinda. Mas o ativismo judicial e de ambientalistas contra o progresso no Amazonas, sob o manto de proteção dos indígenas, impedem a exploração.
“E sabem por que até agora esse negócio não vai em frente? Simplesmente porque são 70 as exigências que travam a exploração do potássio no Amazonas. E eu dou um exemplo, o tocante à construção do porto que atenderá a essa demanda. Embora aprovado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, foi interrompido por decisão do Ministério Público Federal por ter sido encontrado no local vestígios de cerâmica indígena. Foi o motivo suficiente para o Ministério Público revogar a autorização já concedida. Olha só, nós não temos o potássico porque não podemos construir um porto porque ali foram encontrados resíduos, vestígios indígenas”, protestou Plínio Valério.
Plínio explicou que as vantagens do potássio que existe fartamente nos municípios do Amazonas, não se restringem às suas vantagens econômicas ou à importação. Ele enumerou outras vantagens: 1) O cloreto de potássio é um sal altamente solúvel em água, mas o potássio brasileiro, graças à propriedade da sua matéria-prima, é capaz de resistir às chuvas e ficar em profundidade do solo nas quais a planta possa continuar absorvendo; 2) Como regra geral o cloreto de potássio mata esse micro-organismo do solo. Devido às propriedades de sua matéria-prima, o potássio brasileiro favorece o desenvolvimento desses pequenos seres vivos do solo. E por ser livre do cloro, não mata os micro-organismos. Libera os nutrientes de forma gradual. Além disso, como regra geral, a aplicação do cloreto de potássio tem que ser parcelada. Já o potássio brasileiro libera os nutrientes de forma gradual e tem um efeito residual prolongado.
“Como se vê, o Brasil tem condições de não apenas produzir o seu próprio potássio como pode superar problemas técnicos da exploração que têm que ser enfrentados agora. Setenta exigências! Se encontram vestígios de artesanato indígena, param a construção do porto e ficam um ano, dois anos. Já estivemos com o pessoal da Justiça Federal e vamos encontrar em breve uma solução e enfrentar essas exigências absurdas criadas, programadas, para nos impedir de explorar o que temos de riqueza e que pode libertar o Brasil da importação do potássio. Nós, amazonenses, nós, amazônidas, estamos na obrigação de destravar essas exigências. É o nosso trabalho e a nossa tarefa aqui no Senado”, afirmou Plínio Valério.