POLÍTICA- Comparando ações e números de recursos enviados para socorrer tragédias em outros estados, como as inundações no Rio Grande do Sul, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) foi hoje á tribuna denunciar o tratamento diferenciado dado pelo Ministério da Agricultura e do governo em geral em relação ao drama da população amazonense com a estiagem severa, rios intransitáveis, isolamento e perdas na produção rural . Ele culpou o ativismo da ministra do Meio Ambiente Marina Silva e dirigentes dos órgãos ambientais pelo fato do Ministério da Agricultura ter doado toneladas de sementes de arroz para os produtores atingidos pelas inundações no Rio Grande do Sul, e o mesmo socorro não ter sido dado aos produtores rurais atingidos pela estiagem e seca dos rios no Amazonas.
Plinio lembrou que a Embrapa dispõe de tecnologia apta para produzir arroz em várias regiões no Amazonas aptas a receber esse plantio. Tem o órgão técnico, o Idam, que sabe o que fazer, mas o Ministério da Agricultura não levou isso em consideração ao não fazer a mesma doação de sementes para o estado.
_ Eu gostaria de perguntar aqui: qual ou quais os motivos pelos quais o Amazonas ficou de fora dessas doações, principalmente de semente de arroz, que agora o Governo anuncia que o Ministério da Agricultura vai distribuir no Sul? Nosso estado é isolado, vivendo todo o drama do isolamento e, ainda por cima, temos que enfrentar os ambientalistas que travam o cultivo e impõem as zonas econômicas exclusivas, ou seja, não se pode plantar. Crueldade com o nosso Amazonas, sim. Crueldade. É uma injustiça o que se faz _ acusou Plínio Valério.
_ Enquanto a sra. Marina Silva dominar, controlar, a serviço de governos estrangeiros, a política ambiental brasileira, nós vamos continuar isolados. A seca veio, deixou os rios secos, a estiagem veio, e ficamos mais isolados ainda. E eu não falo só do ir e vir, do passear, do poder se deslocar. Ficamos sem e abastecimento de alimentos a- completou.
Deixando claro que não estava reclamando do merecimento das vítimas gaúchas, na contestação, Plínio mostrou que os recursos enviados pelo governo aos estados do Norte, R$514 milhões, foram insignificantes diante dos R$98,7 bilhões que o PT anunciou para o Rio Grande do Sul.
_ Estamos no estado com 65% da população vivendo abaixo da linha da pobreza e não podemos plantar. E o Governo não vê a necessidade de doar sementes de arroz como faz para o Sul. O que a gente quer é tratamento igualitário. Por isso que eu afirmei aqui nesses seis anos, sei lá, cem vezes, que eu não estou aqui pedindo favor nenhum. Eu vim, como Senador da República, pedir justiça para o meu estado _ protestou Plínio.