POLÍTICA- Autor da Lei de Autonomia do Banco Central , o senador Plínio Valério (PSDB-AM) chamou de tese esdrúxula declaração do ministro da Casa Civil , Rui Costa ,defendendo mudanças na Lei para permitir que o presidente Lula possa demitir o presidente Roberto Campos, que tem mandato fixo até 2025. A lei aprovada por ampla maioria no Congresso diz que o Presidente da República pode encaminhar ao Senado um pedido de exoneração antecipada do presidente do BC em caso de descumprimento de suas obrigações. Mas esse pedido tem que ser aprovado pelo Senado, que vai avaliar se Roberto Campos descumpriu suas obrigações de acordo com a lei de autonomia do BC, o que Plínio Garante, não passará de jeito nenhum.
_ Até podemos imaginar que o Presidente da República, imbuído que está em governar com o fígado, de olho no retrovisor, implique com o fato de que a atual direção do Banco Central tenha sido nomeada pelo antecessor. Mesmo assim, o Presidente da República não pode ignorar o equilíbrio entre os Poderes, garantido pela Constituição _ respondeu o autor da lei, frisando: “Em resumo, a autonomia do Banco Central veio para ficar, queira ou não o partido, queira ou não o ministro”.
Plínio lembrou que o governo tem comemorado a melhoria da economia , o real está valorizando-se frente a moedas como Dólar ou Euro, expressivamente em relação ás moedas da Argentina ou da Venezuela, que destruíram a autonomia dos seus bancos. Mas essas melhorias são mérito da política comandada por Roberto Campos, de forma independente, no BC.
_ Nas diatribes que perpetra, toda hora, contra o Banco Central, o atual Presidente da República cita os juros altos, que estariam prejudicando o crescimento econômico. Mais uma vez, basta checar os dados reais. A economia brasileira está se expandindo em ritmo muito superior ao que se previa. Dados do próprio Governo sugerem que o Produto Interno Bruto crescerá acima de 2,2% ainda este ano .E a inflação baixa, agora herdada não veio do além, não veio do espaço . Com o crescimento, as taxas de desemprego caem de forma contínua, afastando o país, cada vez mais, do terror ocorrido no Governo Dilma _ observou Plínio.
Plínio lembra que o governo comemorou a decisão da Agência de Classificação S&P que elevou a perspectiva de risco do Brasil, de estável, para positiva, o que não ocorria desde 2019. Ao festejar essa posição, na prática, o Governo petista, ironicamente, está comemorando a autonomia do Banco Central sem saber.