Manaus (AM) – Cerca de 350 pessoas fecharam a avenida Torquato Tapajós nos dois sentidos, próximo a barreira, na manhã desta terça-feira (16), após perderem seus barracos durante uma reintegração de posse, que ocorreu em uma área de preservação ambiental, na comunidade União da Vitória, no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital.
De acordo com as informações das autoridades, essas pessoas construíram casas e barracos de forma irregular há cerca de 15 dias. No local, além disso, eles já estavam ocupando toda a área, e supostamente essas pessoas teriam comprado os lotes de invasores, que têm envolvimento com o tráfico de drogas.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi notificada e, após constatar a situação, solicitou uma operação de reintegração de posse através da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). Nas primeiras horas da manhã, as equipes se deslocaram até a invasão e realizaram a reintegração.
Por conta disso, os invasores iniciaram a manifestação e bloquearam a avenida, utilizando pneu, madeiras e galhos de árvores. Eles incendiaram os materiais, impedindo o tráfego de veículos.
Os populares que perderam os barracos na invasão alegaram que teriam comprado o lote, e que teriam pagado pelas terras.
“Não tem pra onde ir, ficamos no prejuízo porque compramos nossas terras. E eles vieram e destruíram tudo, levaram tudo o que é nosso, só queremos as nossas moradias”, desabafou uma manifestante, que preferiu não se identificar.
Ainda segundo as informações, durante as investigações a respeito dos lotes a polícia constatou que as terras ocupadas foram vendidas por uma mulher, identificada apenas como “Kátia”. Ela tem mais de 50 processos por venda ilegal de lote.
As autoridades ainda informaram que a invasão foi ordenada por um grupo criminoso que tinha o intuito de implantar o tráfico de drogas na área invadida.
“Os ocupantes já tinham construído mais de 300 barracos. Como estávamos monitorando, juntamente com as forças de segurança do Estado, foi constatado que nenhuma dessas pessoas morava na área”, destacou o gerente de Área Protegida da Semmas, Ronnivaldo Abucater.
A ação que foi coordenada pela Semmas, contou com o apoio do Grupo Integrado de Prevenção a Invasões em Áreas Públicas (Gipiap), Polícia Militar (Rocam, Batalhão do Choque do Comando de Policiamento Especializado, CPE), da Secretaria Executiva-Adjunta de Operações (Seaop) e da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp).
A ocupação da área resultou em degradação ambiental, caracterizando-se como conduta ilegal. Conforme previsto na Lei Municipal 605/2001, considera-se infração gravíssima “suprimir ou sacrificar áreas de preservação permanente e nas unidades de conservação”. A multa para as infrações gravíssimas varia de 501 a 100 mil Unidades Fiscais do Município (UFM).
A população pode denunciar essa prática ilegal e outros crimes ambientais à Semmas, por meio dos contatos: (092) 98842-2161 (WhatsApp), email: defis.semmas@gmail.com. Fotos e vídeos que ilustrem a prática de crime ambiental são importantes. O denunciante não precisa ser identificado.
*A reportagem é de Luana Lima do portal Em Tempo/Créditos: portal Em Tempo
Leia mais:
Moradores do Jorge Teixeira ganham construção de ponte com 30 metros
Revolta: moradores do Alvorada impedem instalação de novos medidores de energia; Veja vídeos