Manaus (AM) – A Justiça do Amazonas vai decidir qual será o destino do venezuelano Luis Domingo Siso, de 60 anos, que ateou fogo em uma casa lotérica no Mercado Municipal Adolpho Lisboa, Centro de Manaus, nesta terça-feira (16). Quatro pessoas seguem internadas em estado grave, no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, Zona Centro-Sul de Manaus. O próprio autor do atentado também segue internado, mas no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, Zona Leste da capital.
Em entrevista a uma emissora local, nesta quarta-feira (17), o titular do 24° Distrito Integrado de Polícia (DIP), Marcelo Martins, afirmou que a investigação em torno do caso está consolidada e que vai encaminhar à Justiça o pedido de prisão.
“Todas as medidas de investigação foram adotadas, testemunhas, exames nas vítimas e temos um caso fechado. Vamos encaminhar um auto de prisão em flagrante à justiça para determinar se ele vai ser preso em flagrante ou vai responder em liberdade”,
afirmou o delegado.
Ainda de acordo com Marcelo Martins, o homem que entrou em luta corporal com Luis afirmou que o venezuelano chegou ao local com os materiais necessários para atear fogo na casa lotérica.
“Ele chegou com uma bolsa e uma espécie de ‘coquetel molotov’. Derramou o combustível primeiro e jogou o coquetel. Quando ele vai jogar o outro, essa pessoa entra em luta corporal com ele, para que não consiga atirar o segundo. A luta se desenrola e o fogo vai tomando uma proporção grande. Aí, ele cessa a luta corporal e entre no local para tentar apagar o fogo”, relata.
Já aprontou antes
Não foi a primeira vez que Luis Domingo comete um atentado contra uma casa lotérica. No Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ/AM) consta um processo de 2020, quando o homem tentou atear fogo em outro estabelecimento, alegando que havia ganho um prêmio e não estavam querendo lhe pagar.
“Pelo crime de incêndio tentado, a gente percebe que é uma ação mais voltada a um delírio. De todo modo, ele vai responder pelos crimes de incêndio consumado, tentativa de homicídio e dano qualificado. Está internado, o estado é grave, mas o boletim médico dá conta de que não teve lesão cerebral. Ele teve politraumas e poderá se recuperar”, disse Marcelo Martins.
Houve ajuda?
O delegado também relatou que, ao longo das investigações, a polícia procurou saber se o homem agiu sozinho ou teve comparsas, que o ajudaram a planejar a ação.
“Houve a preocupação de saber qual foi a natureza da ação, se ele teve algum delírio psicótico. Identificamos um frentista e um taxista que foram ouvidos e percebemos que não havia nenhuma intenção dessas pessoas de colaborar com essa situação. Eles achavam que era uma pessoa comum, comprando combustível para levar na beira do rio e abastecer alguma embarcação. É uma ação comum na Zona Sul de Manaus”, explica Marcelo Martins.
Vítimas
As vítimas identificadas como Estefany do Nascimento Lima, de 23 anos; Wenisson Diego da Silva, de 33 anos; Adrielle mota de Assis, de 35 anos; e Carlos Henrique da Silva Pontes, de 50 anos, continuam em estado grave após o ataque criminoso.
Segundo nota da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), as vítimas seguem internadas no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto.
*A reportagem é de Carlos Araújo do portal Em Tempo/ Créditos: Em Tempo
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