MUNDO- A solução encontrada pela China para conseguir implementar a soneca do meio-dia na rotina dos estudantes do país foi instalar em diversas escolas escrivaninhas e cadeiras fáceis de operar, que permitem serem reclinadas e dobradas. Essa medida faz parte de uma série de intervenções do Ministério da Educação visando garantir o sono diário suficiente dos alunos do ensino primário e secundário.
As cadeiras e mesas, instaladas nas salas de aula, podem se abrir como uma cama, se tornando um local onde a criança estirar seu corpo. Outras escolas do país também aderiram a salas de descanso equipadas com móveis que possuem camas acopladas. Essas soluções substituem a prática de cochilo descansando a cabeça sobre os braços, prejudicial para a saúde da coluna e do pescoço.
Em 2021, a pasta emitiu uma diretriz que exige dos pais que os alunos do ensino primário se deitem antes das 21h20, os do ensino secundário antes das 22h e os do ensino secundário antes das 23h. Assim como as escolas devem garantir um período de cochilo para os alunos entre os horários de aula.
Quais são os benefícios do cochilo para crianças?
Os benefícios da soneca no meio do dia são reconhecidos cientificamente. Parte essencial para o desenvolvimento do cérebro, o sono é um dos pilares do processo educativo, pois atua no sistema nervoso central e também na solidificação das memórias.
Em um estudo recente, realizado pela Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, foi comprovado que crianças com hábito de cochilar durante a tarde têm memória melhor e são mais inteligentes.
A pesquisa encabeçada pela cientista Rebecca Spencer, professora de Psicologia e Neurociência na universidade, investigou, através de um jogo de memória, o comportamento de 40 pré-escolares. A partir disso, ela pôde notar que a precisão das crianças que tiraram uma soneca era 10% maior do que aquelas que não tiraram o cochilo.
Além disso, os efeitos do ato de descanso entre tarefas da rotina podem ser observados a longo prazo. De acordo com os pesquisadores da University College London, na Inglaterra, o cérebro de pessoas que cochilam são 15 centímetros cúbicos maiores do que as que não dormem. Eles apontam que isso é o equivalente a um período entre três e seis anos de atraso no envelhecimento.