O governador do estado do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), se tornou alvo da Polícia Federal, na Operação Ptolomeu, que foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (16/12), com apoio da Controladoria-Geral da União, para investigar indivíduos que supostamente desviaram recursos públicos e realizaram ocultação desses bens e valores.
A investigação, que tramita no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), identificou um grupo criminoso, controlado por empresários e agentes políticos ligados ao Poder Executivo estadual acreano, que atuavam no desvio.
De acordo com a PF, 150 policiais e 10 auditores da CGU cumprem 41 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão em quatro estados. A operação começou na madrugada desta quinta-feira e alcança as cidades de Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC), Manaus (AM) e Brasília.
O STJ também decretou inúmeras medidas cautelares, além de prisões, dentre as quais: o afastamento da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados. A Corte também mandou bloquear aproximadamente R$ 7 milhões das contas dos suspeitos, bem como o confisco de veículos de luxo provenientes dos crimes.
A deflagração da operação policial é fruto de inquérito instaurado por elementos que demonstraram o aparelhamento da estrutura estatal.
Um dos elementos que chamou a atenção dos investigadores foram as variadas transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito por pessoas interpostas, transações com imóveis de alto valor e aquisições subfaturadas de veículos de luxo. Além de movimentações de valores em espécie utilizando aparatos de segurança pública.
“O valor total empenhado para sete empresas foi de 142 milhões de reais durante o período analisado, sendo 17 milhões oriundos de convênios federais e repasses do SUS e do FUNDEB. Ademais, foi possível constatar que os valores movimentados pelos envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões, montante totalmente incompatível com o patrimônio e a atividade empresarial dos investigados”, disse a PF em nota.
O nome da operação faz referência ao apelido utilizado por um dos principais “operadores” do esquema criminoso, além de aludir à cidade natal de grande parte dos investigados. Ptolomeu foi um cientista, astrônomo e geógrafo de origem grega, que primeiro catalogou a Constelação do Cruzeiro do Sul em seu livro Almagesto, produzido no século II.
Com informações da Polícia Federal no Acre