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sábado, setembro 21, 2024

Fome explodiu no mundo em 2020: 1 em cada 10 pessoas está subnutrida na Terra

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Cerca de 10% de todo mundo na Terra –algo em torno de 768 milhões de nós– estiveram subnutridos em 2020, conforme a pandemia da Covid-19 quebrava economias, mercados de trabalho e cadeias de abastecimento e inflacionava os preços da comida. Segundo a última edição do relatório anual das Nações Unidas sobre segurança alimentar, este número aumentou abruptamente, com 118 milhões de pessoas a mais do que 2019, quando 8,4% da população do mundo estava subnutrida.

Pessoas subnutridas são cronicamente famintas, o que quer dizer que não têm o bastante para comer para uma vida normal, saudável e ativa por um período de pelo menos um ano. Esta condição é preocupante sobretudo para as crianças, com reflexos que podem se tornar permanentes.

Pessoas que passam fome por vários anos quando são crianças têm maior probabilidade de morrer antes de alcançar a maturidade. Aquelas que sobrevivem podem enfrentar muitas dificuldades de saúde e cognição que persistem durante toda a vida

A subnutrição foi mais predominante e cresceu mais rapidamente em nações de baixa renda como o Iêmen, a República Democrática do Congo e o Burundi. Muito poucas pessoas em lugares mais ricos como a Alemanha, o Canadá e a Austrália se encontraram dentro dos critérios de subnutrição da FAO (Organização para Alimentação e Agricultura) da ONU.

Muitos anos de progresso em diminuir este problema ao redor do globo começaram a recuar a partir de 2014. Infelizmente, além dos prolongados problemas econômicos causados pela pandemia do coronavírus, a fome ressurge em muitos lugares. Como resultado, perspectivas para uma plena recuperação econômica nos países mais pobres do mundo permaneciam fracas no verão de 2021.

Mais pessoas no mundo também estão experimentando insegurança alimentar moderada ou severa, o que quer dizer que elas não tem consistentemente acesso à comida de que necessitam todos os diasMais de 30% da população do mundo enfrentaram essa situação em 2020, acima dos 26,6% em 2019, constatou a ONU.

Pessoas que passam fome por vários anos quando são crianças têm maior probabilidade de morrer antes de alcançar a maturidade. Aquelas que sobrevivem podem enfrentar muitas dificuldades de saúde e cognição que persistem durante toda a vida.

A OIT estima que trabalhadores do mundo perderam o equivalente a 255 milhões de empregos em tempo integral em 2020, tornando o impacto econômico da pandemia muito maior que os choques causados pela crise financeira de 2009

É por isso que, quando as crianças têm uma nutrição inadequada, são chamadas de “raquíticas”, o que quer dizer que seus cérebros e corpos não crescem até seu pleno potencial. O raquitismo pode afetar a capacidade de alguém de prestar atenção, de realizar múltiplas tarefas e de regular seu humor. Reduzir a prevalência da fome ao redor do mundo entre as crianças é uma prioridade especialmente urgente pois, infelizmente, a possibilidade de se recuperar de deficiências nutricionais diminui com o tempo.

A fome tem muitas causas, que incluem conflitos, a pobreza e a mudança climática. A Organização Internacional do Trabalho estima que trabalhadores ao redor do mundo perderam o equivalente a mais ou menos 255 milhões de empregos em tempo integral em 2020, tornando o impacto econômico da pandemia muito maior que os choques causados pela crise financeira de 2009. No entanto, uma vez que a fome estava aumentando antes de 2020, não é provável que se reverta essa tendência ao se pôr simplesmente um fim à pandemia do coronavírus.

Conflitos e pobreza continuam a afligir nações por todo lado do globo, sobretudo na África e na Ásia. Além disso, conforme os efeitos da mudança climática aumentem, safras que sejam sensíveis ao calor a ocorrências extremas de temperatura certamente serão atingidas. Sem medidas adequadas para diminuir o passo da mudança climática e de se adaptar ao dano já feito, receio que vai se tornar ainda mais difícil reduzir abruptamente o número de pessoas que não têm o suficiente para se alimentar.

Jessica Eise é professora assistente de Desafios Sociais e Ambientais na University of Texas em San Antonio

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