AMAZONAS- O Amazonas registrou nesta segunda-feira (16), a maior seca histórica de todos os tempos. A marca história de 19,59 metros, foi confirmada pelo Porto de Manaus, que mostrou declínio de 10 cm no último dia, superando o recorde de 13,69 metros registrado em outubro de 2010.
A estiagem segue em seu processo natural. O nível das águas do Rio Negro vai continuar baixando e segue assim, até o fim deste mês, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Jussara Cury, é pesquisadora em geociências do órgão que monitora o fenômeno em todo o estado. Ela conta que a vazante é um processo natural causado pelo El Niño, que neste ano veio com muita intensidade, marcando a média de 9 a 10 centímetros ao dia.
“Atualmente, o Rio Negro continua a diminuir gradualmente, com quedas de aproximadamente 9 a 10 centímetros, e essa tendência está se amenizando esta semana, devido à redução da intensidade na região montante. No entanto, prevê-se que a vazante persista na região metropolitana de Manaus, com a expectativa de que o nível continue a baixar até o final de outubro”, afirmou a especialista.
Durante entrevista ao Portal Tucumã no Porto de Manaus, a pesquisadora conta que o Rio Negro continua em recuando, e deve estabilizar no fim do mês de outubro, quando o período chuvoso pode induzir a presença de chuvas na Calha do Solimões.”Os boletins diários do clima apontam precipitação na região. É o caso das nascentes da região de cabeceira antes do Solimões”, conta Jussara.
O processo de subida vai ser lento. A pesquisadora afirma que o Amazonas não terá um grande cheia no próximo ano por conta do fenômeno El Niño que tem de dois a três anos de duração. Há uma tendência das chuvas voltarem agora no final de outubro.
“A bacia vai estabilizar e a gente entende que vai demorar um tempo para o rio recuperar esses grandes níveis. Tudo depende do regime de chuva. Acreditamos que no próximo ano não vai ser uma cheia tão grande em razão da permanência do El Ninõ”.
A rápida queda do nível das águas no fim de semana é motivo de crescente preocupação para as autoridades que levam alimentos e água potável, especialmente para as comunidades ribeirinhas e os habitantes do interior do estado do Amazonas.