Diante do impacto da decisão do ministro da Economia, Paulo Guedes, de decretar a redução do IPI em 25%, sem medidas compensatórias para as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) voltou a defender a modernização e interiorização do modelo, com projetos de desenvolvimento sustentável centrados na rica biodiversidade do Amazonas, para tirar a Zona Franca de Manaus da eterna dependência do governo federal. Plínio insiste que, a ZFM, que dá lucro para o resto do País, ainda é o modelo que dá empregos e preserva a floresta, mas lembrou que desde sua posse, defende na tribuna e nas negociações com autoridades da área, a ampliação e modernização das matrizes das empresas que se beneficiam das garantias tributárias diferenciadas no PIM.
“Temos alternativas, sim. Todas elas envolvem nossos recursos naturais. Hoje atendemos a uma série de condições, na maioria com forte respaldo de fora, que tolhem esse aproveitamento de recursos, em especial minerais. Caso retirem nossas amarras, ou caso nós mesmos preferirmos esse caminho, temos condições de promover verdadeira explosão econômica. Fiquem as amarras e permanecerá nossa dependência da Zona Franca de Manaus, com seus méritos e com suas deficiências”, defende Plínio em todos os discursos que faz da tribuna sobre a necessidade de modernização da ZFM.
Ao destacar que os amazonenses não devem nada ao resto do País em função das garantias tributárias diferenciadas para a ZFM, Plínio diz ser inexplicável o esforço do ministro Paulo Guedes em a cada decisão, enfraquecer mais e mais o projeto, afastando a ida de novas empresas e investimentos que geram emprego e renda para a população que vive amarrada em função das limitações ambientais no Estado.
“Fale hoje de Amazônia, em Brasília ou nas regiões mais desenvolvidas do País, e ouvirão críticas ao modelo que vem até hoje garantindo emprego e renda, a Zona Franca de Manaus. O que mais se ouve é que se trata de algo inteiramente artificial, dependente de subsídios embutidos em renúncia fiscal. Falso”, reforçou.
O senador reforça que nunca haverá saída para essas amarras a novos projetos de exploração da riqueza mineral e biológica da região, sem olhar de frente a pobreza e os problemas sociais que colocam o Amazonas como o pior lugar do País para uma criança crescer.
“A Zona Franca de Manaus representa menos de 8% do total da renúncia fiscal do País, embora seja o único segmento econômico incentivado que busca a diminuição das desigualdades regionais sociais no País. Sim, é o único desses segmentos que visa diminuir a miséria e a pobreza de uma região historicamente abandonada pelo poder público. E é o grande instrumento de preservação da floresta, na medida em que garante emprego e renda a uma população que, caso contrário, estaria condenada a explorar os seus recursos naturais”, discursou Plínio.