Ao lado de economistas , diplomatas e lideranças partidárias nacionais, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) foi convidado a palestrar no ciclo de debates organizado pelas fundações e institutos do MDB, DEM, Cidadania e PSDB para falar sobre o tema : Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e democracia. Falando sobre a dura realidade de nove milhões de amazônidas que não tem como comprar uma cesta básica e vê suas crianças morrerem antes de completar um ano de idade, Plínio disse que é hipocrisia falar em meio ambiente e democracia, sem efetivas políticas públicas para resolver os graves problemas sociais de ribeirinhos, índios , pescadores, os que realmente cuidam e protegem o meio ambiente na Amazônia, mas sobrevivem na miséria.
Na palestra Plínio defendeu a concessão de florestas e o manejo florestal como projeto de desenvolvimento sustentável, com monitoramento e manejo . Ele repetiu números que são ignorados ou encobertos para aumentar as cobranças. No Amazonas, por exemplo, a cobertura vegetal chega a 97%. Dos 521 milhões de hectares que compõem a Amazônia Legal, 94 milhões são de áreas de proteção integral, 150 milhões de hectares de áreas indígenas.
_ Temos no Amapá e no Pará a concessão de florestas para explorar e tem sido um bom exemplo. No Amazonas logo, logo, vai ter as concessões florestas. Por que eu defendo? Porque pode ter o monitoramento e o controle dessas áreas, convivendo e aprendendo. Eu falo de hipocrisia pois é a oportunidade que tenho aqui de falar de democracia, não há democracia se você não entender que tem que ter políticas públicas para quem precisa de políticas públicas. E o nosso homem, o ribeirinho, o homem da floresta precisa sim de dignidade para poder sobreviver _ finalizou Plínio, acrescentando que o povo do Amazonas podem dar exemplos de convivência com o meio ambiente.
Em sua fala, respondendo ao economista Sérgio Besserman, Plínio agradeceu a oportunidade de falar para fora “ da hipocrisia que gira em torno disso tudo” do que chamam de pauta ambiental. Explicou que antes de tudo, para que pudessem falar de democracia, será necessário valorizar aqueles que praticam verdadeiramente a preservação do meio ambiente, na Amazônia, que é o caboclo, o pequeno produtor, o pescador, o ribeirinho e o índio.
_ Se a gente não tiver políticas públicas dignas para essa gente, esquece de se falar em democracia. Há uma hipocrisia em torno disso tudo. É muito bonito quando a gente exige uma pauta seja lá onde for, no Japão, nos Estados Unidos, na Europa, uma pauta para que os outros cumpram. Eu vou dar um exemplo, a Noruega que bancava com R$2 bilhões o Fundo da Amazônia, se gaba disso tudo e, no entanto, continua tirando petróleo e gás no Ártico, que é muito mais frágil que a Amazônia _ disse Valério, explicando que o que chamam de pauta ambiental, ele gosta de chamar de agenda ambiental, agenda verde.
_ O Sérgio deixou claro que no futuro a gente vai ter uma nova moeda, que é o oxigênio e o Brasil vai ter o potencial para superar tudo isso é uma coisa interessante, nós não somos donos da terra, muito menos hóspedes, então eu queria puxar a brasa para a minha sardinha.
Ao defender investimentos em projetos sustentáveis usando as riquezas da região, Plínio reclamou que a chamada pauta ambiental pregada pelos que vivem fora da Amazônia, hipocritamente impede os amazônidas de buscar e usar a matriz renovável, que Sérgio Besserman defendeu em sua fala. Na Amazônia, explicou Plínio, a Lei ambiental que tem 40 anos, só chega para reprimir, ao invés de estimular investimentos para melhorar os trágicos indicadores sociais da região.
_ E eu vejo essa imensidão de água que nós temos, eu vejo que temos muitas possibilidades na piscicultura aqui na Amazônia. Enquanto o mundo caminha para acabar, nós aqui no Amazonas temos que encontrar uma maneira de viver . Enquanto o mundo caminha para esse desfecho para se acabar, eu quero cuidar de que maneira nós aqui na Amazônia podemos contribuir para o mundo e nós temos contribuído, quando eu falo de hipocrisia eu falo exatamente desses números que se manipulam _ reclamou Plínio.
Participaram do ciclo de debates o economista Sergio Besserman Vianna, o diplomata Rubens Ricúpero, e o engenheiro florestal José Carlos Carvalho . Dos partidos participaram o deputado federa Daniel Coelho (FAP-CIDADANIA) , o professor Roberto Wagner ( MDB) , o senador Plínio Valério (PSDB) , o ex-ministro da Fazenda do Governo Itamar Franco, Gustavo Krause (DEM) e o ex-deputado federal pelo Pará e presidente estadual do Cidadania, Arnaldo Jordy
*Com informações da assessoria