NEWS-No alto de uma cordilheira alpina, sob um teto de gelo, a água goteja para dentro de uma caverna formada pelo lento encolhimento da geleira Jamtalferner.
Em poucos anos, Jamtalferner desaparecerá, e em algumas décadas, talvez o restante das geleiras da Áustria, à medida que as mudanças climáticas aquecerem o mundo.
Andrea Fischer, glacióloga da Academia Austríaca de Ciências, testemunhou o significativo recuo das geleiras.
Ela e sua equipe medem o gelo para compreender como as mudanças climáticas afetam as geleiras, agora e no futuro.
Nos últimos anos, as geleiras austríacas começaram a perder massa, com blocos se desprendendo sobre a terra seca.
Esse é um processo conhecido como desprendimento seco (“dry calving”), que não era visto na região nos séculos passados.
“Há alguns anos, pensávamos que elas durariam pelo menos até o final deste século, mas agora parece que até o final de 2050, o final da primeira metade do século, já não haverá mais geleiras na Áustria”, diz Fischer.
Geleiras
Geleiras ou glaciares são massas de gelo que se formam quando o gelo e a neve se compactam ao longo de séculos, e depois escorrem lentamente sobre a terra.
Seu derretimento é um dos indicadores mais perceptíveis das mudanças climáticas causadas pela ação humana.
Geleiras do mundo inteiro, das Rochosas aos Alpes e aos Himalaias, estão recuando rapidamente.
Os cientistas estimam que dois terços das geleiras do mundo desaparecerão até o final do século, à luz das atuais tendências de mudança climática.
Em seus anos de declínio, as geleiras vêm atraindo atenção, e as pessoas estão percorrendo as trilhas nas montanhas para vê-las antes que seja tarde demais.
Na Alemanha, a geleira Schneeferner do sul já perdeu seu status de geleira após o escaldante verão de 2022, mas a do norte continua intacta, embora também esteja derretendo.