O procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou novamente, nesta quinta-feira (21), um vídeo em que defende a lisura do sistema eleitoral brasileiro e reitera a confiança nas urnas eletrônicas.
A gravação, publicada em seu canal no YouTube, ocorre após reunião do presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores na última segunda-feira (18/7), ocasião em que o mandatário do país, mais uma vez, colocou em xeque a segurança das eleições. A filmagem não é inédita; foi produzida em 11 de julho, durante entrevista concedida pelo PGR a veículos de imprensa estrangeira.
Antes da reprodução do vídeo, Aras introduz: “Diante dos últimos acontecimentos no país, o procurador-geral da República, Augusto Aras, recorda a necessidade de distanciamento, independência e harmonia entre os Poderes, e que as instituições existem para intermediar e conciliar os sagrados interesses do povo, reduzindo a complexidade das relações entre governantes e governados”.
“No atual contexto, o PGR considera oportuno apresentar, nos próximos 5 minutos, um resumo da conversa que teve com representantes da imprensa estrangeira, com temas de interesse a toda população”, prossegue a mensagem introdutória.
Em seguida, o procurador defende que “quem for eleito será empossado”. “No Brasil, em 2021, não se repetirá o 6 de janeiro de 2021 [tomada do Capitólio por apoiadores de Donald Trump]”.
Já na parte da entrevista concedida, Aras afirma que o Ministério Público Federal (MPF) não aceita a alegação de fraude nas urnas eletrônicas. “Nós aqui não aceitamos a alegação de fraude, porque nós temos visto sucesso da urna eletrônica, ao longo dos anos, especialmente no que toca à lisura dos pleitos”, sustenta.
Veja vídeo:
Entenda
Aras vinha sendo pressionado a se pronunciar sobre os recentes ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. Desta vez, o presidente convocou reunião com 40 diplomatas para deslegitimar a apuração de votos pelas urnas eletrônicas.
Por mais de 45 minutos, o chefe do Executivo federal também criticou o TSE e afirmou que seu governo está empenhado em apresentar uma “saída” para as eleições deste ano.
Na reunião com estrangeiros, o chefe do Palácio do Planalto repetiu argumentos já desmentidos por órgãos oficiais e reiterou que as eleições deste ano devem ser “limpas” e “transparentes”. “Nós queremos, obviamente, estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro”, declarou. “Nós queremos corrigir falhas. Queremos transparência. Nós queremos democracia de verdade.”
Mais cedo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, determinou que o presidente se manifeste sobre os ataques.
No despacho publicado nesta quinta-feira, Fachin solicitou explicações de todas as partes envolvidas no pedido de exclusão do vídeo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e a empresa Facebook, onde as imagens da reunião estão divulgadas.
“Da leitura da petição inicial extrai-se da causa de pedir que os fatos retratados indicam que a anduzida prática de desinformação volta-se contra a lisura e confiabilidade do processo eleitoral, marcadamente, das urnas eletrônicas”, pontuou o ministro. Fachin se manifestará sobre a exclusão das imagens apenas após a explicação das partes envolvidas no caso.
*Com informações do ‘Metrópoles’
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