O tratamento por radioablação, também conhecido por ablação por radiofrequência, tem se mostrado eficaz quando aplicado em tumores malignos renais e de próstata, ingressando no leque de opções terapêuticas contra o câncer. A abordagem é feita através da introdução de uma sonda com agulha diretamente no tumor (acesso percutâneo), para a emissão de ondas de rádio que esquentam e destroem as células cancerígenas, tudo monitorado/guiado por aparelho de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada, explica o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.
Especialista na área da uro-oncologia e doutor em saúde coletiva, Figliuolo destaca que a radioablação é bastante utilizada em situações em que o paciente não apresenta condições clínicas para ser submetido a uma cirurgia convencional.
“O câncer renal é geralmente tratado de forma cirúrgica, quando a doença ainda está localizada nessa região do corpo, não sendo metastática. Ou seja: quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Mas, há casos em que o paciente não tem condições de passar por uma cirurgia, por apresentar outros problemas de saúde. Assim, dependendo do estágio do câncer, pode-se optar pela radioablação, que é minimamente invasiva e reduz os riscos de complicações frente a um procedimento mais abrangente”, explicou.
Aplicada com o auxílio de anestesia local, a ablação cauteriza o tumor, que passa por necrose, tornando-se inativo, o que descarta a necessidade de cirurgia para a sua retirada. A ablação é indicada para o tratamento de tumores denominados carcinomas de células renais. Esse tipo de câncer atinge, em média, 3% da população adulta.
“O procedimento inclui equipe multidisciplinar, com a presença de um urologista, um especialista em radiologia intervencionista, entre outros. O mesmo serve para os tumores de próstata, que ocupam a primeira posição no ranking de incidência na população masculina adulta no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma”, destacou Figliuolo.
As neoplasias malignas de próstata registram, em média, 65,8 mil novos casos ao ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). De acordo com Figliuolo, além de ser um procedimento mais rápido que o habitual, a radioablação traz como benefícios uma rápida recuperação do paciente.