A médica veterinária reforça que a socialização e o adestramento são fatores fundamentais no comportamento do cão. “Existe um estigma com raças como Pitbull e Rottweiller, mas cães de pequeno porte também podem ser muito agressivos. Não é uma questão de agressividade, mas de potencial lesivo. A mordida de um Pinscher não ocasiona os mesmos problemas que a mordida de um Pitbull. Adestramento e o cuidado do tutor são o que fazem a diferença no comportamento do animal”, finaliza.
A morte de Marsh, o Lulu da Pomerânia da influencer Mari Gonzalez, acendeu um alerta entre os tutores de cães. Marsh morreu após ser atacado por um Rottweiller durante um passeio na rua. O cachorro de grande porte soltou-se da coleira do condutor e avançou em cima de Marsh, que não resistiu aos ferimentos. Após a tragédia, a preocupação dos tutores é: como evitar ataques e acidentes dessa natureza?
A médica veterinária e professora da UNINORTE – Centro Universitário do Norte, Claudia Elisa Vieira, explica que a pessoa não deve caminhar com um animal que não pode controlar. “Se eu sei que meu cão é feroz e não sociável, não posso jamais passear com ele sem o uso de uma focinheira. Principalmente em locais, como praias e parques, que sempre haverá pessoas e animais que podem desencadear reações agressivas no meu cão. Se seu animal é treinado para atacar, tem que ter 100% de certeza que ele vai te obedecer e que você consegue controlá-lo”, diz Claudia.
Sempre na coleira
A médica veterinária explica que, em casos de cães de guarda que foram adestrados, o tutor deve utilizar ainda coleiras do tipo enforcadores, que chamam a atenção do cachorro. “São coleiras específicas que fazem uma pressão momentânea, sem machucar, para que o animal volte a prestar atenção no condutor. Às vezes, o cão está distraído com uma reação instintiva e o puxão chama a atenção de volta e ele percebe que está fazendo algo errado”, esclarece.
O que faz um cão atacar?
De acordo com Claudia, são vários os fatores que levam o cachorro a atacar, desde o estresse por estar em um local desconhecido ou uma rua movimentada, até um simples cheiro. Há também a questão neurológica, segundo a especialista, quando há liberação de hormônios como adrenalina e testosterona que influenciam na agressividade e geram uma resposta instintiva no animal.
“Temos que analisar o contexto, identificar o que desencadeou essa resposta de medo ou possessividade no animal para eliminar esses fatores e, assim, evitar acidentes e ataques a pessoas e animais”, diz a docente da UNINORTE.