POLÍTICA-O desmatamento de 13 quilómetros de floresta virgem para a construção da chamada “avenida da Liberdade” para receber ativistas do clima que vão participar da COP 30 em Belém do Pará foi duramente criticado hoje na tribuna pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) . Ele questionou o silencio dos ambientalistas e principalmente da ministra do Meio Ambiente Marina Silva, comandante máxima do evento, e maior inimiga da pavimentação da BR 319, que liga Manaus ao resto do País, obra que não precisará derrubar uma só árvore. Enquanto no Pará estão derrubando milhares de árvores , para a recuperação da BR-31 não derrubariam uma só árvore. Mas Marina, o Ibama e ICMBio não deixam.
_ Deflorar uma floresta, estuprar uma floresta, para que os ricos venham discutir o clima, pode; asfaltar uma estrada que é a nossa redenção, que é a redenção de um estado, não pode; mas haverá o dia em que vai poder e nesse dia eu estarei aqui ainda no Senado _ protestou Plínio.
Plínio lembrou que a abertura da autoestrada com quatro pistas para os visitantes da COP em Belém está sendo tratada com escárnio no exterior . Um desses críticos diz que construir uma estrada de quatro pistas em área protegida da Amazônia é como realizar uma confraternização de Alcoólicos Anônimos numa festa com distribuição de bebida de graça.
_ .Daí a ironia diante de tanta cretinice. Nada melhor do que destruir uma área protegida da Floresta Amazônica para o evento do clima. Chega a ser engraçado: vão para lá para discutir mudanças climáticas e estão derrubando 13 quilômetros de floresta virgem. Esse evento programado para novembro reunirá 50 mil pessoas e destruirá dezenas de milhares de hectares de floresta _ denunciou Plínio.
Toras de madeira estão empilhadas nas áreas desmatadas. Escavadeiras, máquinas abrem caminho pelo chão da floresta, aterrando áreas úmidas para pavimentar a estrada que cortará uma área protegida. Plínio lembrou que está há seis anos e dois meses subindo a tribuna para defender a recuperação da BR 319 fundamental para os amazonenses e a parte parte mais irônica é que eles dizem que a “avenida da liberdade” é para beneficiar a comunidade.
_ E não podemos, porque Ministério do Meio Ambiente, ICMBio, Funai, Ibama e dezenas de ONGs criadas para atrapalhar vivem inventando falácias, até “estudos científicos”, aspeados, para nos impedir de ter essa estrada.É irônico, é hipócrita. A Ministra Marina Silva, que comanda o embalo, a ministra Guajajara e todos eles não estão dizendo absolutamente nada sobre a derrubada de 13km lá no Pará _ reclamou Plínio.
Como presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, o senador Marcos Rogério (UB-RO) , outro estado prejudicado com a falta de trafegabilidade da BR 319, apoiou o protesto de Plínio e colocou a comissão a disposição para sua luta em defesa do direito de ir e vir dos manauaras.
_ Na verdade, não fazer a BR-319 é uma escolha política. Deixar o Estado do Amazonas, especialmente Manaus, no isolamento terrestre, é uma escolha política. Nós não podemos aceitar que isso seja um entrave técnico, um entrave ambiental _ disse Marcos Rogério.