MUNDO-Bonito e perigoso assim como o fenômeno natural que costuma preceder sua origem, as erupções vulcânicas.
O cinábrio preenche as rachaduras que permanecem nas rochas, formando atraentes veias vermelhas que há milênios fascinam aqueles que o descobrem.
E foram muitos que o descobriram, pois o mineral está presente em todos os lugares onde há ou houve vulcões.
Como aponta o portal Geology.com, esse é um dos poucos minerais que foram descobertos, processados e utilizados de forma independente por povos antigos em diversas partes do mundo.
O cinábrio podia ser facilmente moído e transformado em um pó fino que, misturado com diferentes líquidos, transformava-se em vários tipos de tinta.
Além disso, ele era – e continua a ser – o principal minério de mercúrio.
Eis o problema: sua associação com esse metal pesado fez com que o cinábrio passasse de muito precioso para desprezado.
Mas antes que isso acontecesse, ele deixou uma marca em várias regiões do planeta.
Como pigmento – chamado vermelhão -, dava tons que iam do vermelho laranja brilhante ao violeta avermelhado mais apagado.
Há cerca de 10.000 anos, os primeiros artistas usaram-no para pintar imagens do auroque, um bovino gigante hoje extinto, nas paredes do antigo assentamento de Çatalhöyük, onde hoje é a Turquia; e em cerâmicas da cultura Yangshao na China (5000 a 3000 a.C.).
Mais que belo
Além de seu uso decorativo na arte, em tatuagens, na maquiagem e, na Idade Média, como tinta para escrever, em muitas culturas o cinábrio foi usado para fins medicinais, metalúrgicos e simbólicos.
É que ele tinha algumas propriedades incomuns.
Como o filósofo grego Teofrasto observou, “quando esmagado com vinagre em pilão de cobre, dá prata líquida (como era comum referir-se antigamente ao mercúrio)”.
É ainda mais estranho o que acontece quando ele é aquecido em um forno, o que se fazia há milhares de anos: o mercúrio escapa na forma de vapor, que se condensa em mercúrio líquido.