POLÍTICA- No momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) corre para julgar três matérias já votadas pelo Congresso Nacional com consequências explosivas para a sociedade brasileira _ derrubada do marco temporal das terras indígenas, liberação doporte de drogas para consumo e volta do imposto sindical turbinado _ o senador Plínio Valério (PSDB-AM) vê ganhar força no Senado a retomada do debate sobre sua PEC 16/2019 que fixa em oito anos o mandato dos ministros do STF, sem direito à recondução. Diante dos seguidos atos de desestabilização das atribuições do Legislativo, lideranças do governo, com o vice-líder Weverton (PDT-MA), começam a aderir a retomada da matéria, que aguarda indicação do relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) .
Em discurso da tribuna hoje, Plínio acusou alguns ministros do Supremo de ignorarem a Constituição aprovada pela Constituinte de 1988, debatida por toda a sociedade, e estão julgando sob a ótica de uma Constituição que eles criaram sem a coragem de se candidatar para serem Constituintes . No caso do marco temporal por exemplo, foi só o Senado anunciar que votaria o projeto já aprovado na Câmara , a presidente do STF, Rosa Weber, antecipou o julgamento da matéria contra o pedido de vista do ministro André Mendonça para decidir antes do Legislativo.
_ Eles legislam em cima de uma Constituição inventada por eles, da cabeça deles, porque nada do que estão fazendo agora consta na Constituição. A sociedade já não tolera mais os desmandos do Supremo Tribunal Federal _ disse Plínio, cobrando mais uma vez que o Senado saia da omissão e cumpra seu papel de fiscalizar ministros do STF que não estão cumprindo a lei .
Plínio vai cobrar do presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que defina logo o relator para que a PEC dos mandatos possa ser votada na comissão para ir a plenário.