A ex-ministra Damares Alves (Republicanos) desistiu da disputa para o senado. Com a reconciliação do presidente Jair Bolsonaro (PL), do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), e o grupo do ex-governador José Roberto Arruda (PL), foi decidido que a deputada federal Flávia Arruda (PL) disputará a vaga no congresso, pela chapa encabeçada pelo MDB.
Marido de Flávia, o ex-governador José Roberto Arruda desistiu da pré-candidatura ao Buriti e deve sair candidato à Câmara, se estiver apto a concorrer.
Segundo Ibaneis, a união ocorreu “a pedido” do mandatário, que, com isso, garante um palanque forte na capital do país.
O rompimento dos dois grupos havia ocorrido após o ex-governador ter os direitos políticos reabilitados pela Justiça e começado a insinuar nos bastidores que disputaria o governo da capital.
Ibaneis, que tentará a reeleição, ficou irritado com o movimento e rifou a ex-ministra e deputada Flávia Arruda (PL), mulher do ex-governador, de sua chapa na condição de candidata ao Senado.
Na semana passada, o governador convocou uma coletiva e anunciou que apoiaria na eleição para o cargo a ex-ministra Damares Alves, em vez de Flávia.
Depois de uma reunião convocada por Bolsonaro nesta terça, porém, os grupos políticos se reconciliaram e foi retomado o desenho original da chapa de Ibaneis.
Damares, por sua vez, ainda não anunciou o que fará diante da nova decisão. Ela participou da reunião e deverá se encontrar com dirigentes do Republicanos para definir qual será seu destino.
Já José Roberto Arruda irá se candidatar a deputado federal, caso não haja reversão da sua condição jurídica e consiga manter os direitos políticos.
A definição agrada a direção nacional do PL, que aposta que ele terá votação expressiva e poderá ajudar o partido a eleger uma bancada forte para a Câmara dos Deputados.
Isso é visto como fundamental pela legenda porque os cálculos de distribuição dos fundos eleitoral e partidário e do tempo de TV dependem da quantidade de parlamentares que tem cada partido.
Além disso, Flávia Arruda é considerada favorita no pleito para o Senado.
“Saímos com uma aliança consolidada, dependendo de pequenos ajustes que serão feitos no decorrer da semana”, disse Ibaneis em entrevista após a reunião, ao lado de Flávia e Arruda.
Damares não participou da entrevista, mas o governador disse que ela aceitou recuar da candidatura.
“A ministra vai conversar com seu partido para saber a que cargo vai concorrer, se vai concorrer a algum cargo”, afirmou o chefe do Executivo da capital.
Com a aliança firmada, o mandatário garante palanque único em Brasília. “Nós todos temos compromisso com o presidente Jair Bolsonaro e ele nos convidou para essa reunião no sentido de que a gente possa unificar o campo que está em torno do presidente no DF”, disse Ibaneis.
Ex-ministra da Secretaria de Governo de Bolsonaro, Flávia Arruda elogiou o recuo de Damares e disse que não “disputaria” o mesmo cargo que ela para não dividir a base bolsonarista.
Os grupos estavam unidos desde que Ibaneis tomou posse como governador. Nos últimos meses, no entanto, o ex-governador obteve vitórias no campo judicial e conseguiu reconquistar os direitos políticos. Com isso, passou a dizer que disputaria o Palácio do Buriti.
José Roberto Arruda foi o primeiro governador em exercício preso do país, após protagonizar o escândalo do mensalão do DEM.
Ele chegou a ser filmado recebendo um maço de dinheiro e alegou, à época, que o recurso seria usado em ações sociais, como a compra de panetones. O caso veio à tona com a operação da Polícia Federal Caixa de Pandora.
Decisões do ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), e de Humberto Martins, presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), entretanto, anularam as condenações que geraram a inelegibilidade de Arruda.
“O governador Ibaneis se comprometeu a apoiar o presidente em Brasília e, com isso, candidaturas naturais são a reeleição do governador Ibaneis e a candidatura da Flávia ao Senado”, afirmou o ex-governador.
* Com informações da Folha de São Paulo
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