Pacientes com hipertensão e diabetes foram incluidos na rotina do telemonitoramento, serviço operacionalizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Ainda em fase experimental, a nova frente de trabalho já contempla 4.684 usuários que fazem parte do programa Hiperdia, voltado para o acompanhamento de pacientes com hipertensão e diabetes mellitus na rede de atenção primária em saúde.
Para o titular da Semsa, Djalma Coelho, a iniciativa reforça o processo de consolidação do telemonitoramento, vertente do programa Telessaúde, que foi fundamental para que a rede municipal de saúde mantivesse seus atendimentos durante a pandemia da Covid-19 e que agora expande suas atividades para promover mais qualidade de vida aos pacientes com diabetes e hipertensão.
“O telemonitoramento foi fundamental em um momento em que o isolamento social era uma das principais formas de enfrentamento à Covid-19 e agora ganha reforço com a atenção deste novo público. Essa ferramenta permite que o usuário se envolva mais em seu tratamento e adote as medidas recomendadas para uma vida mais saudável porque sente que está sendo monitorado”, disse o secretário.
A médica Jackeline Alves Galdino, gerente de programa Telessaúde, explica que o acompanhamento regular dos pacientes assegura o tratamento, o controle da evolução dos casos e a diminuição de complicações a longo prazo.
“O telemonitoramento para diabetes e hipertensão, que são doenças crônicas, surgiu como um reforço aos atendimentos das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), realizando a busca ativa dos pacientes faltosos e orientação sobre essas doenças, exames e tratamento”, disse.
Multidisciplinar
A equipe de Telessaúde foi criada em meio à pandemia, para acompanhamento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19. Atualmente, os 39 profissionais de saúde que integram o programa atendem pacientes de outros programas, como gestantes e pessoas em tratamento contra tuberculose.
A equipe de telemonitoramento do Hiperdia, que funciona no Centro de Cooperação da Cidade (CCC), no Adrianópolis, na zona Centro-Sul, é composta por três enfermeiros e quatro médicos, sendo dois cardiologistas. Os profissionais de saúde atuam das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), em contato direto com os pacientes por telefone, o que reforça a necessidade de que os usuários mantenham o cadastro atualizado.
“A seleção do contato leva em conta o tempo de atraso do usuário à sua consulta de retorno, conforme o prazo preconizado pelo Ministério da Saúde. Também contemplamos os usuários que possuem as formas graves dessas doenças, bem como todas as faixas etárias, inclusive o diabetes infantil”, explicou Jackeline Alves Galdino.
Plataforma
O diretor do Departamento de Tecnologia da Informação da Semsa (DTI), Saymon Souza, responsável pela nova plataforma, informa que o sistema “Telessaúde Semsa – Módulo Hipertensos e Diabéticos (Hiperdia)” é capaz de unificar dados dos pacientes em um só ambiente para facilitar o trabalho dos profissionais de saúde.
“Com base nos cadastros realizados nas unidades é criada uma lista de pessoas para quem os operadores de saúde precisam ligar, indicando quais perguntas precisam fazer e o tipo de acompanhamento necessário. São informações que permitem que a equipe intervenha quando identifica que a pessoa não vai ao médico ou não está indo buscar os remédios que precisa, por exemplo”, frisa Saymon.
O programa Telessaúde é ligado ao Departamento de Atenção Primária da Semsa (DAP), e além de acompanhar os pacientes com orientações sobre as enfermidades, atua fortemente na reinserção do usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) na rede de atendimento quando este abandona o tratamento.
A Semsa está analisando a expansão do programa para sistemas de Teleconsultas aos usuários e TeleEducação, direcionada aos profissionais de saúde.