Aproximadamente 300 Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e de Controle de Endemias (ACEs) da Prefeitura de Manaus deram início, nesta segunda-feira (4), ao Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) na capital. O levantamento será feito simultaneamente nas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste, onde devem ser vistoriados 25.706 imóveis dos 63 bairros da cidade até o próximo dia 14.
De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Djalma Coelho, a partir deste levantamento será elaborado o 1º diagnóstico anual de infestação pelo Aedes, que servirá de referência para a definição de estratégias de controle do mosquito e prevenção das doenças transmitidas pelo vetor na área urbana da capital – dengue, zika e chikungunya.
“Os dados do LIRAa são essenciais para nortear as ações da Semsa nas diferentes zonas geográficas, de acordo com o grau de risco identificado pelos agentes”, ressalta o secretário, informando que anualmente são realizados dois diagnósticos, sendo um no primeiro semestre e outro no segundo.
Mesmo com uma redução nos casos de dengue nos primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a proliferação do Aedes é uma preocupação da saúde pública.
Dados da Semsa mostram que, de 1º março a 11 deste ano, Manaus notificou 375 casos de dengue. Os números representam uma redução de 80% em relação aos três primeiros meses de 2021. O comparativo mensal aponta que em janeiro foram registrados 174 casos, com uma redução de 37,6% e em fevereiro, 159 casos, representando queda de 69,6%. Ao longo de todo o mês de março do ano passado, foram registrados 1.050 casos e nos primeiros 11 dias do mês, este ano, foram apenas 42.
A diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Semsa (Devae), Marinélia Ferreira, afirma que, mesmo em cenários favoráveis, os cuidados têm que ser permanentes e que a população deve manter uma rotina de prevenção. “Não podemos esquecer que as doenças transmitidas pelo Aedes podem ser graves e deixar sequelas”, alerta.
Campo
O chefe do Núcleo de Controle da Dengue da Semsa, Alciles Comape, informa que o trabalho dos agentes para o LIRAa será feito de segunda a sábado, das 8h às 14h, e que eles estarão identificados com colete e crachá da Semsa.
“Pedimos que a população permita a entrada do agente no domicílio, lembrando que o cuidado em uma casa ou terreno beneficia os vizinhos e toda a região”, observa.
Durante a visita, o objetivo é identificar depósitos de larvas, recipientes de água descobertos ou outras condições propícias ao desenvolvimento do mosquito. Se o agente encontrar criadouros ou ambientes que favoreçam a proliferação do Aedes, fará o registro e, ao mesmo tempo, a eliminação ou o tratamento desses recipientes.
De acordo com Alciles, o levantamento vai permitir que as ações de prevenção sejam específicas para a realidade de cada localidade. “Por exemplo, se o maior problema em determinado bairro for o lixo, vamos reforçar a orientação aos moradores para o correto acondicionamento e descarte do lixo doméstico e até mesmo realizar mutirões de limpeza. Se, por outro lado, a questão for o armazenamento de água em recipientes abertos, vamos orientar para que seja providenciado o fechamento dos depósitos”, explica.
Para realizar o trabalho, os agentes e também os coordenadores e supervisores da ação receberam treinamento específico para garantir o acesso a informações atualizadas aos que já realizaram o levantamento em anos anteriores e orientar os que irão fazer as vistorias pela primeira vez.
A aposentada Delcides Costa Gonçalves foi uma das que receberam os agentes da Semsa na manhã desta segunda-feira. Ela disse que sabe da importância de combater o Aedes aegypti para evitar a transmissão de dengue, zika e chikungunya.
Para Delcides, a visita dos ACSs de casa em casa é de grande importância. “É sinal de que não estou só, que sempre tem alguém para me orientar e verificar comigo se está tudo certo”, comenta, garantindo que toma todas as medidas possíveis para manter a casa e o quintal livres do mosquito.